
O FC Porto entrou para o derradeiro terço da I Liga de futebol a lutar contra os seus adversários e a própria desconfiança, analisou hoje o treinador Martín Anselmi, na véspera da receção ao AVS, da 26.ª jornada.
“Por momentos, a equipa aproxima-se do FC Porto que pretendemos ver, mas temos de conseguir isso em jogos e não em momentos. Creio que o FC Porto tem dois adversários a cada fim de semana: o rival e o próprio FC Porto. Temos de ganhar ao opositor e a nós mesmos. O nosso desafio é ser melhores. Serve-me ganhar, mas serve-me mais ganhar porque merecemos e melhorar”, vincou o técnico argentino, em conferência de imprensa.
Os ‘dragões’ procuram a primeira vitória ao sexto encontro como anfitrião em 2025, após uma derrota e quatro empates nas diversas competições, numa altura em que dividem a terceira posição da I Liga com o Sporting de Braga, ambos a nove pontos do campeão nacional e líder isolado Sporting e a seis do Benfica (menos um jogo), segundo colocado.
“Treinar e jogar não são a mesma coisa. Estamos a fazer coisas boas nos treinos e agora teremos de as plasmar em campo. Para melhorar, há que ter a humildade de reconhecer que algo não está bem e ser valente. Depois, é necessário coragem e perseverança para passar pela frustração e pelos erros e saber que teremos de evoluir. Estou convencido de que o vamos fazer este fim de semana, porque acredito nos jogadores”, desejou Martín Anselmi, com três vitórias, quatro empates e duas derrotas antes do 10.º jogo pelo clube.
Além de agudizar o atraso para o topo, a derrota na visita ao Sporting de Braga (1-0), da jornada passada, deixou o FC Porto mais distante do acesso à Liga dos Campeões da próxima época e com 50 pontos, na pior prestação à 25.ª ronda da I Liga desde 2013/14.
O treinador ficou agradado com a dinâmica defensiva dos ‘dragões’ nesse encontro e na segunda parte do êxito em Arouca (2-0), da 23.ª jornada, mas quer ver uma equipa mais crescida no ataque e capaz de fazer “um jogo completo que indique para onde se dirige”.
“O Sporting de Braga não teve oportunidades, além de uma transição no segundo tempo, quando já procurávamos o empate. Na primeira parte, creio que o único remate à baliza que tiveram foi o livre [de Ricardo Horta que originou o único golo da partida]. Estivemos juntos, fizemos uma boa pressão e não permitimos que eles jogassem entre linhas como gostam. A expectativa de golos sofridos foi baixando desde o jogo em Arouca, mas, em contrapartida, não gostei da forma como atacámos e temos de melhorar”, reconheceu.
Arredado das restantes provas, o FC Porto já sofreu 11 derrotas nos 40 jogos cumpridos em 2024/25, tantas quantas em 52 da época anterior, e só venceu em duas das últimas nove rondas da I Liga, na qual teve o seu triunfo mais dilatado no duelo da primeira volta face ao AVS (5-0), 16.º e antepenúltimo, em lugar de acesso ao play-off de manutenção.
“Desde que chegámos aqui, só fizemos três jogos em casa. É muito pouco. É importante voltar a jogar lá. O adversário está em alta com a mudança de treinador, gere bem a bola parada, faz boas transições e tem atletas rápidos pelos flancos. É uma equipa dura, que temos de respeitar, tratando de jogar no meio-campo deles o máximo possível”, advertiu.
O sérvio Marko Grujić, Vasco Sousa, Rodrigo Mora e o brasileiro Pepê, todos lesionados, e Gonçalo Borges, suspenso, vão desfalcar as opções de Martín Anselmi, que prometeu uma equipa competitiva até ao final da prova e apelou à confiança dos adeptos portistas.
“O adepto é como a namorada mais difícil: não te dará amor porque sim e eu gosto disso, porque é preciso conquistá-la. Teremos de os conquistar, mas sabemos que precisamos deles. Quando todos juntos, geram-se dinâmicas que nos tornam invencíveis”, terminou.
O FC Porto, terceiro classificado, com 50 pontos, recebe o AVS, no 16.º e antepenúltimo, com 23, no sábado, às 18:00, no Estádio do Dragão, no Porto, em encontro da 26.ª jornada da I Liga, sob arbitragem de Fábio Veríssimo, da associação de Leiria.
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