A jornada 22 não podia ter corrido melhor para o Sporting. Além de vencer o seu jogo, viu os rivais à sua frente perderem pontos, pelo que está mais perto da luta por um lugar de Champions na próxima época.
Os 2-0 de segunda-feira ao Estoril deixam os Leões com 44 pontos, menos cinco que o SC Braga que perdeu com o Vitória de Guimarães, e menos sete que o FC Porto, derrotado em casa pelo Gil Vicente.
Na noite fria de Alvalade e perante apenas 22 mil espetadores, brilhou Trincão e Pedro Trigueira.
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O Jogo: Trincão contra o frio
Foi apenas a terceira vitória seguida do Sporting neste 2023, o que diz muito da época leonina. Depois dos triunfos fora contra o GD Chaves para I Liga e contra o Midtjylland para a Liga Europa, a equipa de Rúben Amorim parece ter recuperado a confiança que necessita para terminar a época pelo menos no pódio da I Liga.
É verdade que o Estoril, a viver uma crise de resultados e em lugares perigosos na tabela, não conseguiu colocar à prova a defensiva leonina. O Sporting recuperava a bola ainda no meio-campo canarinho, pela pressão exercida, a impedir a saída apoiada, desde detrás, do Estoril. Com as constantes perdas de bola, a equipa amarela não conseguia ligar o seu jogo. E quando conseguia, os avançados perdiam nos duelos face a Coates, St. Juste e Matheus Reis.
No lado do Sporting, a equipa ia vivendo mais do talento individual de Edwards na direita, sempre a fazer diagonais, com ajuda de Bellerín que atacava a profundidade. No flanco oposto via-se Trincão muitas vezes em zonas interiores, perto de Pedro Gonçalves, com Nuno Santos a ficar com as despesas da linha.
O 1-0 perto do intervalo, por Bellerín (estreia a marcar pelo Sporting) tranquilizou os Leões, o 2-0 de Franscico Trincão logo aos 51 deixou pistas claras sobre o vencedor do encontro. Até porque o Estoril pareceu ter acusado muito a desvantagem de dois golos, já que passou a defender pior e raramente incomodou Adán. Para se ter uma ideia, o mais perto que esteve do golo foi num remate de Tiago Gouveia ao poste, aos 83 minutos.
Quando o jogo ameaçava entra em transições, Amorim trocou Coates por Gonçalo Inácio, ficou com uma defesa mais rápida para travar as transições e bolas para duelos do Estoril.
Longe de ser uma grande exibição, os pouco mais de 22 mil adeptos que enfrentaram o frio de Alvalade devem ter ficado felizes pela vitória, por mais um jogo sem sofrer golos e pelo fantástico golo de Trincão, o seu 7.º esta época, mais do que tinha marcado nas duas épocas anteriores (três pelo Barcelona e três pelo Wolves).
O Estoril continua num lugar perigoso: é 15.º, com 22 pontos, mais seis que o 16.º, o Marítimo, mas sofreu a sexta derrota seguida fora de casa. Os Canarinhos
Momento-chave: É Maradona? É Messi? Não, é Trincão
Minuto 51, momento de pura inspiração e classe de Francisco Trincão. O extremo recebeu a bola na direita, fletiu para o meio, passou por vários adversários, antes de entrar na área e rematar de pé direito, fazendo um golaço. Parecia faca quente em manteiga. O 2-0 deixava o Estoril com uma montanha para escalar e, tirando Dani Figueira, parecia haver pouca vontade para escaladas na turma canarinha.
Os Melhores: Trincão dos velhos tempos e Dani Figueira contra o mundo
Dani Figueira e Francisco Trincão protagonizaram um duelo interessante, onde o guardião estorilista saiu por cima. O guarda-redes da formação da Linha fez uma grande exibição em Alvalade, com defesas fantásticas e cruciais que foram mantendo a sua equipa em jogo e evitando uma derrota com outros números: voou aos 18 para negar o golo a Paulinho; brilhou aos 63 e 68 a dois remates de Trincão que levavam selo de golo; e voltou a estar em evidência na parte final quando impediu que o jovem Chermiti marcasse.
Trincão terá feito uma das melhores exibições desde que chegou ao Sporting. Não só pelo golão que marcou mas pela forma como cresceu após esse momento messiánico e foi ganhando confiança nas suas ações. Não fosse Dani Figueira e teria saído de Alvalade com dois ou mais golos.
Uma palavra para o árbitro Manuel Mota que não exibiu qualquer cartão num jogo onde deixou jogar e manteve um critério largo. O Estoril-Benfica foi o outro jogo da I Liga esta época sem qualquer cartão.
Em noite 'nao': Estoril precisa de reagir
A precisar de pontos para subir na tabela, entende-se a abordagem inicial do Estoril mas, a partir do momento em que se apanhou a perder, a equipa devia ter tentado algo mais. Terminou o encontro sem qualquer remate enquadrado com a baliza e, dos quatro que fez, o mais perto que esteve do golo foi um remate ao poste, aos 83 minutos.
Alvalade voltou a registar uma pobre assistência (22313 espetadores), que se explica, em parte, pela hora do jogo (muita gente a sair do trabalho apenas às 19h00) mas também pela época do Sporting. A equipa precisa dos adeptos para terminar nos lugares de pódio.
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Amorim fala em "semana difícil" e Trincão frisa a justiça da vitória
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