Resposta segura do campeão no arranque da I Liga 24/25, depois da dura derrota sofrida por 4-3 ante o FC Porto na Supertaça. Aos "dias difíceis, talvez o mais difíceis" que a turma de Amorim viveu desde que o técnico chegou a Alvalade, como o próprio reconheceu na conferência de imprensa de antevisão ao encontro com o Rio Ave, os leões responderam com um triunfo por 3-1 no seu estádio onde levam 18 vitórias seguidas (e mais de 500 dias sem perder) para o campeonato. Um triunfo seguro, tranquilo, sem grandes sobressaltos, mas onde não deslumbraram.
A verdade é que também não foi preciso deslumbrar frente a um Rio Ave que pouco fez em termos ofensivos durante grande parte do encontro, sobretudo nos primeiros 45 minutos, e que pelo meio deu tiros nos pés que o Sporting aproveitou e agradeceu. Um golo madrugador - logo aos seis minutos - de Pedro Gonçalves acabou com qualquer intranquilidade que pudesse pairar no ar e o bis - com enorme classe - do camisola 8 ainda antes da meia hora praticamente arrumou a questão. Uma questão que se não ficou aí arrumada, ficou arrumada quando Gyokeres - que já tinha assistido para o 1-0 - fez ele mesmo o 3-0, pouco depois da hora de jogo.
Mas, apesar de todo o domínio e da natural superioridade demonstrada, faltou algo a este Sporting, em comparação com o da temporada passada. Pedro Gonçalves e Gyokeres brilharam e fizeram a diferença, mas aos leões pareceu faltar alguma ligação entre setores e um melhor entendimento nas combinações entre linhas e nas transições. E o golo sofrido perto do fim, mesmo que tenha sido em cima do minuto 90, ainda reavivou alguns fantasmas de há uma semana. O próprio Rúben Amorim reconheceu, no final da partida: "Fica a sensação de que podíamos fazer mais e melhor". E ficou mesmo.
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O jogo: dupla Pote-Gyo não deixou espaço para dúvidas
Amorim mudou uma pedra na defesa, depois do descalabro de Aveiro. O reforço belga Debast, que comprometeu ante o FC Porto, deu lugar a Diomande. De resto, as mesmas apostas, com o jovem Geovany Quenda a manter-se na ala direita e Catamo a permanecer na ala esquerda. E os leões marcaram praticamente no primeiro lance de perigo. Quenda passou de primeira para Gyokeres, desmarcando o sueco, que embalou em dierção à grande área do Rio Ave e depois tocou para o lado, onde Pedro Gonçalves só teve de encostar para o fundo das redes.
O Sporting continuou a atacar, mas sem criar muito perigo, frente a um adversário inoperante e que cavou ainda mais a sua própria sepultura aos 26 minutos. O guarda-redes Jhonatan errou e colocou a bola nos pés de Pedro Gonçalves. Este não hesitou e com um fantástico remate em arco, de pé direito, fez um chapéu perfeito ao guardião contrário, levando a bola a entrar junto ao ângulo superior da baliza dos forasteiros. Um grande golo, 2-0 no marcador e tudo praticamente arrumado.
A toada do jogo não mudou e Gyokeres ameaçou o golo a fechar a primeira parte. O sueco mostrada fome de golo de acabou mesmo por marcar já na segunda parte, aos 63 minutos. Trincão tentou a sua sorte de longe, o disparo embateu num adversário, a bola subiu e caiu na pequena área, à mercê de Gyokeres, que em esforço desviou de Jhonatan para o fundo das redes.
Tudo decidido, muitas mexidas de parte a parte e o jogo a caminhar para o fim quando, numa altura em que já ninguém esperava, o Rio Ave ainda reduziu, por Clayton, que sentou dois defesas leoninos antes de bater Kovacevic, que pouco trabalho teve, mas acabou por sofrer um golo. E, mesmo sendo ao minuto 90, percebeu-se que os jogadores leoninos - e os adeptos - sentiram o golo, com o Rio Ave a acercar-se novamente da grande área dos campeões nacionais logo a seguir. Os ânimos serenaram, contudo, quando o jovem Rodrigo Ribeiro, acabado de entrar, acertou no poste da baliza do Rio Ave na resposta e logo depois vinha o apito final.
O momento: Que classe, Pedro Gonçalves!
Pedro Gonçalves já tinha marcado, cedo, o golo que abriu caminho ao triunfo, mas o seu grande momento chegou aos 26 minutos. Na tentativa de colocar a bola rasteira num colega, Jhonatan meteu incrivelmente o esférico nos pés do camisola 8 dos leões, que com toda a sua categoria fez o resto. Um chapéu do outro mundo, com um remate em arco pleno de colocação. Mais um grande golo para a coleção de Pote.
A figura: Pedro Gonçalves, pois claro
Gyokeres fez a assistência para o primeiro golo, assinou o terceiro e tentou e muito (até demais, às vezes) marcar mais. Foi uma dor de cabeça para a defesa do Rio Ave, mesmo não mostrando a clarividência de outros jogos. Mas Pedro Gonçalves, com a sua classe, o seu futebol em que tudo lhe sai com naturalidade, em que parece não ter de se esforçar para as coisas lhe saírem com a classe que saem, esteve num nível acima de todos os outros e os seus dois golos foram decisivos. O segundo é mais um para o seu já amplo catálogo de grandes golos. E a verdade é que em dois jogos esta época já leva três golos. Avizinha-se mais uma convocatória da Seleção...será desta, Mister Roberto Martínez?
As reações
- Amorim desagradado com o golo sofrido, Pedro Gonçalves feliz pela resposta da equipa após Supertaça
- Luís Freire reconhece a justiça do resultado, João Graça destaca golo marcado em Alvalade
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