O Sporting vai para a paragem do campeonato para novo compromisso das seleções isolado no topo da tabela classificativa, depois de uma difícil vitória na receção ao Arouca, num jogo que se complicou face às circunstâncias em que os eventos se foram desenvolvendo.
Havia alguma expetativa para ver como os leões iriam reagir, depois de apenas três dias antes terem visto a sua invencibilidade na temporada chegar ao fim. E o teste à força deste leão foi ainda mais duro do que alguns esperariam. Mas a turma de Rúben Amorim mostrou essa força, conseguindo reagir às adversidades e somando mesmo a sétima vitória em oito jornadas na presente edição da Primeira Liga.
Sem conseguir criar perigo apesar do domínio territorial na primeira meia hora, o Sporting chegou à vantagem no marcador aos 31 minutos, na primeira real ocasião de golo que criou. Gyokeres - quem mais - abriu o ativo e, perante um Arouca que até aí se havia mostrado inoperante em termos ofensivos, pensou-se que o mais difícil estava feito.
Só que, pouco depois, Diomande foi expulso por acumulação de amarelos e o Sporting viu-se em inferioridade numérica ainda antes do fim da primeira parte. O Arouca aproveitou para chegar ao empate no arranque da segunda e a vida parecia bem difícil para os verdes e brancos. Mas, mostrando muita personalidade, estes souberam não entrar em pânico: Amorim mexeu na equipa e o Sporting voltou a tomar conta do jogo. Retomou a liderança do marcador graças a um golo de Morita, soube depois segurar em grandes sobressaltos essa vantagem até ver o adversário ficar também ele reduzido a dez, aos 86 minutos, e somou um triunfo importantíssimo, dado o contexto em que o jogo se foi desenrolando.
O jogo
Em relação ao encontro de quinta-feira com a Atalanta, Amorim apostou no regresso de Coates e Marcus Edwards ao onze, deixando Matheus Reis e Paulinho no banco. Os leões dominaram a posse de bola, como se esperava, desde o primeiro minuto, mas não conseguiram traduzir o domínio territorial em qualquer lance de perigo na primeira meia hora.
Só que, com Gyokeres a mostrar a eficácia e a preponderância que todos lhe reconhecem, os leões marcaram na primeira vez que criaram perigo. Grande cruzamento de Edwards e excelente finalização do ponta-de-lança sueco. Motivado pelo golo, o Sporting ameaçou o segundo mas, aos 41 minutos, Diomande, que já tinha visto um amarelo na sequência de um desentendimento com um adversário, viu o árbitro assinalar-lhe uma falta e exibir-lhe novo amarelo, que ditou a sua expulsão.
Em inferioridade numérica para o arranque do segundo tempo, Amorim não quis abdicar de ter três centrais em campo e tirou Edwards para lançar Matheus Reis em campo. Só que o Arouca soube aproveitar o facto de ter mais um homem do que o adversário para pressionar e muito o Sporting no arranque do segundo tempo. Ao ponto de chegar mesmo ao empate, num belo golpe de cabeça de Rafa Mujica.
Amorim e o Sporting reagiram quase de imediato. Nuno Santos rematou com muito perigo logo a seguir e pouco depois o técnico leonino voltou a mexer, e bem, rumo ao triunfo. Trocou Esgaio por Catamo na direita, mandou Matheus Reis (que tinha entrado para central) para a ala esquerda, para dar equilíbrio, e os verdes e brancos voltaram a mandar no encontro. Num rasgo de génio pela esquerda, Pedro Gonçalves assistiu Morita e o japonês, qual ponta de lança, recolocou a formação da casa na frente do jogo e da tabela classificativa. A vitória não iria fugir e até foram os leões a estar mais perto do terceiro, num grande remate de Catamo, com o Arouca a acabar depois também reduzido a dez jogadores.
O momento
Minuto 41: o Sporting vencia e parecia caminhar para uma noite bem mais tranquila do que a acabaria por ter. Mas o já amarelado Diomande, na disputa de um lance a meio campo derrubou Trezza, viu o árbitro António Nobre assinalar falta e exibir-lhe novo cartão amarelo, expulsando assim o costa-marfinense. O Sporting via-se em inferioridade numérica e o panorama do jogo mudava por completo, apesar de os leões terem, depois, conseguindo ainda resgatar a vitória.
A figura
Uma vez mais, Viktor Gyokeres foi fundamental. Começou por mostrar uma eficácia assinalável, ao inaugurar o marcador na primeira oportunidade de que dispôs (já leva seis golos na Primeira Liga, oito ao todo em nove jogos de leão ao peito). Depois, quando o Sporting ficou reduzido a dez, o sueco foi preponderante, com a sua capacidade física. E, por fim, quando o Sporting voltou à vantagem, foi de extrema importância a segurar a bola na frente, acabando por ser sobre ele a falta que ditou a expulsão do defesa do Arouca, Rafael Fernandes, aos 87 minutos. Na retina fica uma impressionante recuperação de bola aos 85 minutos que viria a dar origem a um grande remate de Catamo.
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