Foram dois pontos levados pela corrente a partir dos 75 minutos de jogo, quando um caudal ofensivo cresceu, num Rio que já tinha ameaçado, por mais uma que vez, querer afundar o Dragão. A vencer por 2-0 aos 18 minutos, esperava-se outra atitude de uma equipa tão experiente como o FC Porto mas, estranhamente, o nervosismo tomou conta dos campeões nacionais, castigados com o empate aos 90 minutos.
É certo que o FC Porto passa a liderar até domingo, com mais um ponto, mas se o Benfica vencer o SC Braga, pode alagar para três (que, na verdade, são quatro, tendo em conta que os 'encarnados' tem vantagem no confronto direto, o primeiro critério em caso de empate) os pontos de vantagem, quando faltam três jornadas para o fim. Conceição irritou-se, os adeptos esperaram a equipa no exterior do estádio e pediram explicações. No domingo, ficaremos a saber se são dois pontos perdidos ou um ganho.
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O empate do FC Porto em Vila do Conde pode ser explicado pelo que os campeões nacionais não fizeram nos últimos 15 minutos. Não se percebe como pode uma equipa que luta pelo título ficar tão intranquila em casa de uma formação com vários jogadores ausentes e que já não luta para nada, a não ser a melhor posição possível.
Porque antes do 2-2, o FC Porto criou oportunidades para fazer o 3-0. Mas depois, inexplicavelmente, deixou de forçar o ataque, começou a gerir e entrou em pânico após o pontapé de Filipe Augusto à trave, aos 73 minutos. Deixou de acreditar em si, as substituições também não ajudaram. A troca de Brahimi por Manafá foi um convite ao Rio Ave para subir no terreno e a de Bruno Costa em vez de Oliver não se percebe. Se a ideia de Conceição era controlar o jogo com bola, gerir a posse para travar o ímpeto atacante do Rio Ave, então era preciso ter o espanhol em campo.
Até porque o mais difícil foi alcançado com alguma facilidade, no primeiro remate à baliza, aos 14, num lance iniciado e terminado em Brahimi, após contra-ataque. O 2-0 de Junio Rocham quatro minutos depois na própria baliza, devia ser a sentença do Rio Ave, se o FC Porto 'matasse' o jogo com um terceiro golo. Mas não o fez.
Os sinais do perigo vilacondense estavam todos aí, quase todos por Bruno Moreira. Só que o desacerto do avançado português ia disfarçando os muitos erros defensivos do FC Porto, numa noite em que Pepe voltou ao eixo da defesa, relegando Militão para a direita.
O golo do 1-2, de Nuno Santos, (o segundo na época) nasce de uma reposição de bola em jogo do FC Porto: os centrais estavam muito abertos quando Casillas colocou a bola no meio-campo contrário, a mesma foi devolvida, chegou aos pés de Gelson Dala. Pepe e Filipe estavam muito afastados um do outro, o português subiu para atacar a bola em vez de fazer contenção: o angolano meteu a bola no espaço onde devia estar Pepe, Nuno Santos fez o resto.
Dragão intranquilo, campeão sob brasas e bolas despachadas sem rigor. Só que quando Danilo quis sair a jogar como Conceição pedira, num lance dividido, perdeu a bola, esta chegou a Ronan após três ressaltos e este foi feliz no remate. O resto é história e a sorte a chegar a quem nunca desistiu de tentar pontuar.
Um resultado que interessa e muito ao Benfica, que assim pode alagar para três (que, na verdade, são quatro, tendo em conta que os 'encarnados' tem vantagem no confronto direto, o primeiro critério em caso de empate) os pontos de vantagem, quando faltam três jornadas para o fim.
Momento do Jogo: Ronan deixa tudo de queixo caído
Aos 90 minutos o FC Porto vai levar um um 'balde de água bem gelada', quando Ronan empatou a partida, num remate que até ia para fora mas bateu em Alex Telles e traiu Casillas. Desespero de Pepe em campo, de Brahimi, Conceição e restantes suplentes no banco. O campeonato pode ter 'morrido' nesse pontapé.
Polémicas: Artur Soares Dias ignorou todas as mãos na área
As duas equipas pediram grande penalidade em três situações, duas delas de bola na mão na mão mas Artur Soares Dias mandou seguir. O primeiro foi um lance entre Marega e Rúben Semedo aos nove minutos na área vilacondense. No segundo tempo os 'dragões' pediram penálti numa bola que bateu no braço de Rúben Semedo aos 71 minutos. Depois foi o Rio Ave a pedir penálti, em bola na mão de Brahimi, aos 74.
Os Melhores: Ronan e Nuno Santos acreditaram
Filipe Augusto deixou o aviso, Nuno Santos voltou a avisar até concretizar a ameaça com uma grande finalização para o 1-2 aos 85 minutos. Um golo que relançou o Rio Ave e fez a equipa acreditar.
Ronan entrou para colocar pressão na defensiva azul-e-branca e incomodar com a sua compleição física. Foi dele o golo do empate, num remate onde a sorte esteve do seu lado.
Os Piores: Últimos 15 minutos nada à Porto
Os últimos 15 minutos foram tudo menos à Porto. Nervosismo, perdas de bola injustificadas, centrais a despachar de qualquer jeito. Inexplicavelmente o FC Porto recuou, ficou intranquilo e foi castigado com dois golos. Inexplicável para quem luta pelo título.
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