Colocar um defesa central a médio, elementar meu caro Watson. "Se saísse mal chamavam -me maluco", afirmou Rui Borges no final da partida. E tanto que o belga deu naquela posição na partida frente aos vilacondenses: Soltou Hjulmand, que se pôde enturmar em zonas mais adiantadas, deu qualidade à construção encostando aos centrais na saída a três. Muito eficaz a jogar curto e em profundidade. Gonçalo Inácio e Debast afinal podem coexistir. Numa linha a quatro, Fresneda também parece outro, na entrega ao jogo e na qualidade. Rui Silva estreou-se na baliza, mas nem sujou o equipamento. O Rio Ave foi uma sombra de si mesmo, tendo perdido, sem ter tido a possibilidade de lutar pela longa invencibilidade em casa.
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Circulação rápida e objetiva, gestão com bola e letal na transição: Este Sporting reinou de forma absoluta em Vila do Conde. Com Gyokeres a começar no banco, por ter estado limitado durante a semana, Conrad Harder entrou para a frente de ataque, Fresneda, Gonçalo Inácio, Debast também asseguram bilhete para o onze. Saíram da equação Quaresma, St. Juste, João Simões e Franco Israel.
O tal que parece outro, Fresneda, fez a vida difícil, logo a abrir, à defensiva do Rio Ave e Aderllan Santos empurrou para a própria baliza. O Sporting canalizava a pressão na esquerda, na direita dos rioavenses, que não tinham capacidade para sair com a bola controlada. Duelos perdidos e pouca clarividência nas decisões. Verdes e brancos colocaram problemas pelo meio, com Hjulmand mais subido, pelos flancos, com as incursões de Quenda e Catamo. Harder foi colocado tantas vezes na cara do golo, e só o desacerto do dinamarquês e Cezary Miszta impediram a goleada histórica.
Ao minuto 23, os leões dilatavam a vantagem. Grande penalidade para o Sporting, provocada por uma mão de Petrasso. Na transformação, Hjulmand foi chamado à conversão e não falhou. O caudal ofensivo da turma de Rui Borges foi avassaladora: 27 remates contra apenas dois dos vilacondenses. Jogo escorrido, poucas paragens, e futebol bem executado no relvado. Esperavam-se alguns ajustes táticos por parte dos donos da casa na segunda parte, mas o conjunto de Petit não teve o antídoto para estancar o talento do líder e campeão nacional.
Ainda assim, a criação não resultava em golos. Harder denotava ansiedade à frente da baliza, Trincão também dispôs de excelente ocasião para marcar, mas foi atrapalhado pelo colega de equipa. Contudo, Rui Borges tinha duas cartas na manga para lançar em jogo: Gyokeres e Bragança (voltava aos relvados depois da paragem). Os dois construíram o 3-0, finalizado pela classe pura do fenómeno sueco. Borges mostrou apesar de tudo que há mais vida para além de Gyokeres nesta equipa do Sporting.
Momento
Harder tinha acumulado oportunidades falhadas, e o guardião do Rio Ave parecia ser uma barreira impenetrável. Ao minuto 81, Gyokeres era lançado em campo, e sete minutos depois chegava ao golo da praxe. Recebeu de Bragança, diagonal para dentro e disparo em arco para o terceiro da partida. Lição de finalização para o colega nórdico ver.
Melhores
Mistza
Exibição portentosa do guardião nos Arcos. Ao longo do encontro viu-se um autêntico 'tiro ao boneco', tendo o polaco como alvo e protagonista. O esférico parecia que tinha íman. No total, Mistza acumulou 10 defesas e não teve qualquer responsabilidade nos golos sofridos.
Debast
O que jogou o jovem belga. Excelente a ajudar na construção desde trás, visão de jogo em profundidade, soltou Hjulmand em zonas mais adiantadas. Parece que nasceu para a posição.
Harder
Incansável na busca pelo golo, mas somou desperdício atrás de desperdício. Encheu por vezes demasiado o pé quando se pedia outra finalização. Alguma ansiedade frente à baliza.
Rui Silva
Estreia sem sobressalto do internacional português. Não foi chamado a jogo, e nem deu para sujar o equipamento. Autêntico espectador ao longo da partida.
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