Cinco anos volvidos, o Sporting voltou a não ganhar no arranque da I Liga e num terreno em que os verdes e brancos não ganham desde 2014/2015. Este resultado vem na sequência do arranque titubeante do conjunto de Alvalade nesta época. Tudo começou nos jogos de pré-época: Frente a adversários menos cotados, com excepção do Liverpool, o Sporting não conseguiu vencer e pior de tudo não conseguiu demonstrar qualidade coletiva e um estilo de jogo convincente para se bater com Benfica e o FC Porto na luta pelo título.

São cada vez mais notórias as carências dos leões, a que não são indiferentes as fragilidades defensivas, com a equipa a consentir demasiados golos, em claras desatenções nesse reduto.

Por outro lado, falta qualidade na frente e banco para que o Sporting consiga reagir às adversidades, tal como as que surgiram nos Barreiros. À falta de cruzamentos para a área, face à menor mobilidade dos dianteiros Luiz Phellype e Bas Dost, a equipa de Keizer não tem soluções para colocar em perigo a baliza adversária.

O Sporting continua demasiado dependente de Bruno Fernandes para resolver, para pegar no jogo e para o distribuir pelos colegas. Mas quando o médio não está no 'top', a equipa precisa de arranjar soluções e não tem correspondido. Com o encerramento da janela de transferências no horizonte, (fecha no dia 2 de setembro), os leões terão obrigatoriamente de se reforçar para terem uma palavra a dizer na luta pelo título.

A falta poder de fogo dos leões tem sido notória e sem remates direcionados à baliza, as probabilidades de bater o guardião adversário são diminutas.

O jogo

Depois da catástrofe no Algarve frente ao Benfica, Keizer recuperou o 4-3-3. Deixando Luiz Phellype na frente por troca com Bas Dost, ficando Eduardo no lugar de Doumbia. Caiu assim o sistema de três centrais: Com Borja a ocupar o lado esquerdo e com Acuña a subir no terreno.

O jogo até prometeu para a banda dos leões e a história poderia ter sido diferente se Luiz Phellype tivesse chegado ao golo à passagem dos 2´, quando estava em boa posição, mas valeu o corte dos marítimistas.

Contudo, a insegurança leonina trazida do encontro com o Benfica adensou-se com o golo de Marítimo, num lance pleno de infantilidade e de excesso de confiança. O jovem Thierry Correia deixou a bola bater, Jhon Cley fugiu com ela e só parou quando ofereceu o golo a Getterson.

Os forasteiros sentiram o golo e só ganharam norte graças ao jogador do costume. Bruno Fernandes assustou Charles com uma bomba. Um minuto depois e os leões chegaram ao empate, depois de um cruzamento do médio para a cabeça de Coates. Fernandes voltou assim a iniciar a época como a terminara...A assistir ou a marcar.

Mas se o Sporting padece de falta de qualidade no seu plantel, também há jogadores com demasiada falta de confiança. O que dizer de Raphinha, que desperdiçou à beira do intervalo a possibilidade de fazer o golo quando tinha tudo para o fazer.

Após o descanso, os leões voltaram a tomar para si a posse de bola, mas sem a profundidade desejada. Keizer mexeu. Lançou Vietto em campo, o que fez recuar Wendel, e lançou Bas Dost para o ataque. A equipa perdeu músculo no miolo e podia ter sofrido novo tento, num cabeceamento do japonês Maeda, que só foi travado pelo poste.

Minutos volvidos, e Raphinha novamente ainda teve a oportunidade de oferecer os três pontos aos leões, mas voltou a ser um poço de desinspiração.

Melhores

Maeda

O dianteiro japonês só entrou na segunda parte, mas demonstrou garra, acutilância e qualidade. Teve o golo do triunfo na cabeça, que só foi travado pelo poste.

Zainadine

Esteve imperial o central insular, ajudando a secar o ataque do Sporting.

Bruno Fernandes

Não foi uma das suas melhores noites. Pareceu por vezes mais triste e alheado do jogo, mas voltou a dizer presente com uma assistência para o golo de Coates.

Piores

Raphinha

Uma noite não para o jogador brasileiro. Falhou duas ocasiões soberanas que podiam ter dado os três pontos aos leões.

Coletivo do Sporting

A incapacidade coletiva da equipa do Sporting assusta. Falta fio de jogo e nem o facto da época estar agora a iniciar serve de desculpa. A palavra está do lado de Marcel Keizer.

Reações

Marcel Keizer: "O golo acabou por nos condicionar"

Nuno Manta: "Em termos de oportunidades acho que estivemos iguais e a equipa está de parabéns"