Depois de uma campanha dececionante na Champions e de ter falhado todos os objetivos a nível interno, com óbvio destaque para o ‘penta’, o Benfica entrava em campo com a dupla tarefa de assegurar o segundo lugar, e a oportunidade de disputar as pré-eliminatórias da Liga dos Campeões, sendo que neste caso estava dependente de terceiros, e de mostrar a melhor face na despedida da temporada. Ora se o segundo propósito não foi atingido na totalidade – foi, sem dúvida, uma das piores exibições da equipa de Rui Vitória em casa – certo é que os ‘encarnados’ fizeram o suficiente para vencer o Moreirense, beneficiando ainda da derrota do Sporting. Uma exibição de 'tostões' que acabou por valer milhões, portanto.
Os 'encarnados' assumiram o controlo do jogo, tiveram mais bola e atacaram mais, mas faltou a intensidade de outros jogos. Jonas, que regressava à titularidade cerca de mês e meio depois, colocou os companheiros de equipa a jogar, mas não havia forma de acertar com a baliza de Jhonatan: Grimaldo tentou a sorte à entrada da área, mas viu o remate sair ao lado, Pizzi atirou contra um defesa e Jonas, dentro da área, desviou a bola muito perto do poste.
Havia, é preciso dizer, mérito na forma como o Moreirense se organizou defensivamente. Era uma equipa a lutar pelo tal ponto importante que Petit tinha mencionado na antevisão. Os cónegos procuravam igualmente sair para o contra-ataque a espaços, mas sem provocar perigo. Exceção feita à 'cavalgada' de Ronaldo, já em cima do intervalo, a deixar Rúben Dias para trás, acabando por ser travado em falta por Luisão, que acabou por levar amarelo.
Com o Sporting empatado 1-1 nos Barreiros, o Benfica teria de fazer (muito) mais para ultrapassar os 'leões' no segundo lugar. O segundo tempo começou com um belo pormenor de Salvio, a tocar de calcanhar ao primeiro poste, mas a bola saiu pela linha de fundo. O golo acabaria por surgir de grande penalidade (52'), cobrada pelo suspeito do costume. Grimaldo cruzou, Alfa Semedo - dos melhores em campo até àquele momento - cortou com o braço, e Jonas atirou quase ao ângulo para o 1-0, naquele que foi o seu 34.º golo na Primeira Liga (37 em todas as provas). O melhor marcador do campeonato fechava, assim, a época com o melhor registo desde que chegou à Luz, ultrapassando os 36 golos de 2015/16. Acabou ovacionado de pé no momento em que deu lugar a Raúl Jiménez.
E pouco ou mais aconteceu até ao apito final. O Benfica perdeu fulgor com o 1-0, enquanto o Moreirense ainda procurou chegar à baliza de Bruno Varela nos minutos finais - destaque para o cruzamento perigoso de Dramé na esquerda, sem ninguém ninguém para o desvio. Os adeptos 'encarnados' ainda festejaram efusivamente, mas não por causa do que acontecia naquele campo: o Marítimo fazia o 2-1 contra o Sporting, o que confirmava o segundo lugar a favor das 'águias'.
O momento
Golo de Jonas ao minuto 52: Um pontapé da marca dos 11 metros, bem colocado, que catapultou o Benfica para o segundo lugar do campeonato. Com este golo, o brasileiro passou a ser o jogador com mais grandes penalidades convertidas na Liga.
A figura
Jonas: Não era titular desde 31 de março, e notou-se alguma falta de ritmo, mas o avançado brasileiro voltou a demonstrar a sua preponderância no plantel 'encarnado'. Sim, marcou de grande penalidade, mas poucos conseguem fazê-lo com aquela frieza. E voltou a ser cerebral na forma como colocou os companheiros a jogar.
Os treinadores
Rui Vitória: "Falhámos o principal objetivo, mas não sendo possível, havia aqui uma compensação. Este jogo teve de ser jogado com o que se passava noutros campos. Temos de ser racionais e sentimos na segunda parte que este era o objetivo que queríamos. Era fundamental ficar à frente do Sporting e na segunda posição."
Petit: "Nunca celebrei tanto uma derrota como hoje. Sabíamos que era difícil, mas conseguimos o nosso objetivo. Os nossos adeptos e jogadores merecem esta permanência na I Liga. Nunca é fácil pegar nas equipas que estão nas duas últimas posições. Pelo terceiro ano consecutivo que o consigo na última jornada. Estamos todos de parabéns."
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