Um golo em cada parte, outro a abrir e outro a fechar. Duas bombas de cabeça, uma de Lucas Veríssimo outra de Loreintz Rosier. Dia de chuva na Amoreira, a pronunciar a queda de um líder. O início até correu de feição, com um golo apontado logo aos dois minutos de jogo. Canto de João Mário e o central ao segundo poste a desviar para o primeiro.

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Tinha tudo para ser uma tarde/noite tranquila para o conjunto encarnado, mas não o foi e o contexto também era propício. Exibições reticentes nas últimas partidas colocavam dúvidas, mas nada como um  golo madrugador para trazer a confiança de volta. A boa dinâmica inicial foi-se esbatendo com o decorrer dos minutos, num jogo morno, cinzento, como o tempo a condizer no António Coimbra da Mota.

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Um golo logo aos dois minutos acabou por ser, no caso do Benfica, contraproducente. Foi um bocadinho esta a história do jogo, com os encarnados a quererem guardar a vantagem demasiado cedo. O calendário não tem dado tréguas, acusa-se o desgaste, os resultados não aparecem. Era a fórmula perfeita para acontecer surpresa.

O jogo jogado na relva não encantou o adepto, ritmo demasiado lento na circulação, pouca inspiração. Mais forte sobre a bola, no última terço o Benfica não conseguia definir. E se havia pontaria, estava Dani Figueira na baliza dos 'canarinhos'. A equipa da casa tentava conter os danos, já que a vantagem mínima permita-lhe manter-se à tona. Sem criar uma superioridade efetiva nos duelos, o Benfica também tentou na bola parada criar sobressaltos. Mas foi com a vantagem mínima encarnada que o jogo foi para intervalo.

A abrir a etapa complementar o Estoril deu o mote para o que seriam as suas ambições no jogo, num pontapé de Lucas Áfrico a criar muitos problemas a Vlachodimos. Jesus mexeu, lançando Gonçalo Ramos, Everton e Diogo Gonçalves.

Com menos de trinta minutos para se jogar, o Benfica construiu os seus melhores lances. Primeiro numa finalização de Lucas Veríssimo, após excelente triangulação. De seguida, foi Gonçalo Ramos a abrir o livro, mas sem conseguir servir um companheiro.

Na resposta, Odysseas teve que se aplicar depois de um cruzamento-remate de Arthur. Era o tudo por tudo do Estoril, que subia linhas e deixava a defesa desguarnecida. Não aproveitou o Benfica - Primeiro com Rafa a atirar ao lado, depois de uma defesa incompleta de Dani Figueira após remate de Gonçalo Ramos. Depois foi Everton (entrou no segundo tempo) a disparar com o guardião dos donos da casa a fazer uma excelente intervenção.

Sem conseguir colocar um 'tampão' no marcador, foi o Estoril que acabou por empatar e em cima do minuto 90´. O cabeceamento de Rosier retirou o Benfica da liderança, FC Porto e Sporting são os novos comandantes.

Momento 

Para nós, o momento que deu origem a tudo foi mesmo o golo madrugador do Benfica. Relaxou em demasia a equipa encarnada que viveu à sombra do resultado. Correu mal e o Estoril acabou por empatar já em cima do minuto 90´.

Melhores

Gonçalo Ramos

Não foi titular frente ao Estoril mas foi protagonista de alguns lances que ficaram na retina, ganhou pontos e disse novamente a Jorge Jesus que é uma opção a ter conta.

Lucas Veríssimo

É já um dos esteios da equipa do Benfica e foi imperial na forma como apareceu na área estorilista a fazer o primeiro da partida. Na segunda parte tentou levar a equipa para a frente e quase bisava, numa excelente triangulação. De acordo com o Goal Point, somou 25 ações com bola e duas recuperações.

Rosier

O médio foi um dos jogadores em destaque do lado dos 'canarinhos', não só pelo golo apontado mas pelas ações em campo. Fez dois remates e contou ainda com quatro remates e duas interceções.

Lucas Áfrico

Se no Benfica morou Lucas Veríssimo, no Estoril foi Lucas Áfrico um dos protagonistas. Crucial num corte providencial a tirar o 'pão da boca' a Darwin. Enquadrou o primeiro remate à baliza de Vlachodimos num pontapé livre.

Reações

Jorge Jesus: "A equipa continuou a discutir com o árbitro e isso foi fatal"

Bruno Pinheiro: "Empate acaba por ser um prémio"