Minuto 30 no Estádio da Luz. O Benfica está a perder em casa por 1-0 com o Braga, resultado que permitiria ao Sporting poder sagrar-se campeão no dia seguinte. As claques das águias, cuja crescente contestação se vem fazendo ouvir desde há algum tempo e que passaram a primeira meia hora em silêncio, fazem-se enfim ouvir, para expressar o seu desagrado.
Exibem tarjas e lançam para junto da grande área de Trubin mais de uma dezena de tochas, obrigando mesmo à interrupção do jogo. Não havia margem para dúvidas: vivia-se uma verdadeiramente tempestade na Luz e ninguém adivinharia que o Benfica ainda iria acabar por dar a volta aos acontecimentos, numa espécie de grito de revolta dada pelos jogadores na segunda parte.
E, desta feita, parte do mérito vai para o mais contestado de todos, Roger Sschmit. O alemão soube, desta vez, mexeu na equipa a tempo e foi com essas mexidas que o Benfica virou a contenda. Marcos Leonardo, como no passado já o tinha mostrado, tem faro para o golo e, um minuto depois de saltar do banco para substituir Rafa, igualou a partida.
O Braga, que tão boa conta de si tinha dado nos primeiros 45 minutos, nos quais podia até ter marcado mais golos, baqueou por completo no segundo tempo (sobretudo após o golo do empate), com o Benfica a marcar por mais três vezes, sempre com sotaque brasileiro: Neres, de cabeça, deu de cabeça a cambalhota no marcador, antes de Marcos Leonardo fechar a contagem, bisando na partida e despindo a camisola, com a Luz, enfim, a aplaudir. O triunfo não só permitiu ao Benfica colocar alguma pressão sobre o Sporting, agora - à condição - a quatro pontos de distância, antes de jogar no Dragão, como permitiu às águias selarem desde já a conquista do segundo lugar.
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O jogo: grito de revolta ouviu-se em brasileiro
Roger Schmidt optou, desta feita, por deixar João Neves no banco, com João Mário no seu lugar e Di Maria, Neres e Rafa no apoio ao avançado, Arthur Cabral. E o primeiro lance de real perigo pertenceu ao Benfica, com a bola a embater na trave, enviada precisamente pelo atacante brasileiro, no seguimento de um canto.
Mas o Braga reagiu, ameaçou, num primeiro remate de Ricardo Horta defendido de forma apertada por Trubin e, depois, marcou mesmo, por intermédio do capitão. Boa jogada pela esquerda de Álvaro Djaló, que passou por Otamendi e crucou atrasado para Horta rematar por entre as pernas de Trubin e fazer o 1-0. Grande assobiadela na Luz à equipa do Benfica e a tal revolta dos adeptos, a interromperem o encontro com as tochas enviadas para o relvado.
O retomar do encontro, até ao intervalo, não trouxe mais golos, embora tenha existido uma ocasião para cada lado e o segundo tempo trouxe um Benfica diferente. Ainda assim, os golos que ditariam a reviravolta no marcador só chegaram depois de Roger Schmidt, desta vez, mexer atempadamente e com eficácia na equipa. Marcos Leonardo substituiu Rafa aos 70 minutos e aos 71, na primeira vez que tocou na bola, oportuno e com um belo remate, fez o 1-1.
O 2-1 chegou aos 85 minutos, assinado por outro brasileiro: Di María cruzou com conta, peso e medida para o segundo poste e aí David Neres, já de ângulo apertado, cabeceou para o fundo das redes. Houve, depois, tempo para uma expulsão no Braga, de Víctor Gómez, e para o bis de Marcos Leonardo.
O momento: Marcos Leonardo toca na bola e inicia reviravolta
Minuto 7: Golo de Marcos Leonardo! Matheus afasta a soco o livre de Di María, João Mário na recarga acerta em Ndour, a bola sobra para Marcos Leonardo que na primeira vez que toca no esférico, marca! Estava dado o mote para a reviravolta.
A figura: Marcos Leonardo, um avançado com faro pelo golo
Di María também esteve em destaque nas águias, participando no lance do primeiro golo e fazendo a assistência para o segundo, mas foi o jovem avançado brasileiro a fazer a diferença com dois golos depois de saltar do banco, mostrando que é mesmo um suplente de luxo ao repetir o que já havia feito por várias vezes esta temporada, desde que chegou à Luz. Para além desse instinto goleador, Marcos Leonardo mostrou ainda uma enorme capacidade técnica na forma como marcou os seus dois golos, sobretudo o primeiro.
As reações
- Roger Schmidt destaca a crença da sua equipa, Marcos Leonardo mantém esperança no título
- Rui Duarte aponta a agressão de Otamendi ,Ricardo Horta destaca qualidade individual do adversário
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