O Sporting - FC Porto da época 2003/2004 ficou envolto em polémica. 'Leões' e 'dragões' empataram a uma bola em Alvalade a 31 de janeiro de 2004 para a Liga, num encontro onde a arbitragem de Lucílio Baptista foi muito contestada pelos azuis-e-brancos. O golo do Sporting nasce de um lançamento lateral de Rui Jorge, numa altura em que João Pinto do FC Porto estava fora das quatro linhas a receber assistência. Na sequência do lance, o árbitro marcou grande penalidade de Paulo Ferreira sobre Liedson que Pedro Barbosa converteu, fazendo o empate final no jogo.
No final do jogo, José Eduardo Bettencourt, na altura administrador executivo da SAD do Sporting, foi ao Auditório Artur Agostinho em Alvalade mostrar uma camisola rasgada de Rui Jorge, afirmando que tal tinha sido obra de José Mourinho, treinador do FC Porto na época. O dirigente leonino afirmou ainda que Mourinho terá tido que queria que o agora selecionador de sub-21 "morresse em campo."
"O Paulinho, o nosso roupeiro, queria trocar a camisola do Rui Jorge pela do Vítor Baía e o José Mourinho fez isto à camisola [n.d.r.: mostrando o rasgão junto ao número] e disse: 'Gostava que o Rui Jorge morresse em campo'", disse, na altura, José Eduardo Bettencourt.
Um episódio que deu muito que falar e que nunca foi negado por ninguém do FC Porto. Mas, agora, surgiu uma nova versão sobre a camisola rasgada de Rui Jorge. Na sua autobiografia 'Maniche 18: As Histórias (Ainda) Não Contadas' (estará nas bancas esta semana), o ex-médio do FC Porto e que foi titular nesse jogo, contou a verdade sobre este episódio. Afinal, a culpa não foi de Mourinho.
"Em Lisboa, decorria já a segunda parte e vencíamos por 1-0, quando, de súbito, João Pinto caiu junto à linha lateral e embateu com violência nos painéis publicitários lá colocados [...] Nessa altura, sob indicação do árbitro, Rui Jorge repôs, rapidamente, a bola em jogo - fomos completamente apanhados em contrapé, e o Liedson aproveitou e entrou na área. Paulo Ferreira efetuou um corte em esforço, e o juiz Lucílio Baptista acabou por assinalar uma grande penalidade, diga-se de passagem, inexistente. O Sporting fez o 1-1, resultado que viria a manter-se inalterado até ao final do jogo. Ficámos todos indignados e chateados com aquela situação", começa por contar, antes de chegar ao episódio da camisola rasgada.
"Já no balneário, houve a normal troca de camisolas entre os jogadores. A primeira camisola que chegou foi a do Rui Jorge, e a camisola foi rasgada [...] Na sala de conferências de imprensa, o dirigente José Bettencourt mostrou a camisola do Rui Jorge rasgada. Atribuiu a ação ao Mourinho. Para Bettencourt, o treinador do FC Porto tê-la-ia rasgado em pleno balneário quando o roupeiro do Sporting a tentava trocar por uma outra de um jogador portista. A José Mourinho foi ainda atribuída a frase: 'Eu quero que o Rui Jorge morra em campo.' Terá sido assim? Todo o mundo pensa que foi o Mourinho que rasgou a camisola do Rui Jorge, mas não foi. Foi o Costinha. José Mourinho não rasgou e tão-pouco disse que queria que o Rui Jorge morresse", contou Maniche, num dos excertos do livro escrito em coautoria com Tiago Guadalupe e editado pela 'Prime Books'
A obra, de 300 páginas e 18 capítulos, conta vários episódios caricatos e outros mais sérios da carreira do antigo internacional português.
Comentários