Quando Sporting e Chelsea pisarem o relvado do Estádio de Alvalade, esta terça-feira (19h45), este reencontro sempre foi marcado por alguns indicadores históricos e terá no ar um cheiro a recordação. Há dez anos que José Mourinho não pisa o tapete de Alvalade, naquele que também será o regresso de alguns jogadores, sendo a primeira vez que regressa depois da camisola rasgada a Rui Jorge (2004) e de se ter sagrado campeão português pela primeira vez em… Alvalade, como adjunto de Bobby Robson claro está.
Corria a época 1994/95 e FC Porto é campeão no Antigo Estádio José de Alvalade a três jornadas do fim, com um penálti de Domingos Paciência (1-0). José Mourinho era então adjunto de Bobby Robson e esteve presente na consagração do treinador inglês, que havia sido despedido do comando técnico dos “leões” um ano e meio antes. Mas é na passagem do milénio que se vê pela primeira vez Mourinho como técnico principal.
Em 2000/01, José Mourinho chega ao Estádio da Luz pelas mãos de Vale e Azevedo como o substituto de Jupp Heynckes após a 4.ª jornada. Encontra uma equipa desmotivada e começa com uma derrota frente ao Boavista (1-0). À parte do jogo, nasce o caso Sabry, com o treinador luso a criticar duramente Sabry durante uma conferência de imprensa. O agora “happy one” aguenta 11 jogos e sai depois de uma vitória por 3-0 sobre o Sporting em pleno estádio da Luz. Vale e Azevedo perde depois as eleições e Toni, trunfo eleitoral de Vilarinho, substituí Mourinho.
Augusto Inácio, então treinador do Sporting é despedido e José Veiga escolhe o seu substituto imediatamente: nada mais nada menos do que José Mourinho. Dias da Cunha é o presidente e, depois de uma conversa com Luís Duque, então líder da SAD leonina, dá um conferência de imprensa onde afirma não conhecer “nada em José Mourinho que o recomende como sportinguista”. Alguns “notáveis” não confiavam no valor do treinador e Fernando Mendes é o escolhido para tomar as rédeas do clube.
O resto da história já se conhece. Depois de uma breve passagem por Leiria, onde estava a realizar uma boa campanha, assina pelo FC Porto, em janeiro de 2002, para substituir Octávio Machado que estava a fazer uma época desastrosa, terminando a época com 11 vitórias, dois empates e duas derrotas e promete ser campeão português. O Resto já se sabe: dois campeonatos, uma Taça de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira.
Mas a polémica continuava por lá: 31 de janeiro de 2004. O clássico em Alvalade acaba com um empate a um golo entre Sporting de FC Porto. Mas, no dia seguinte, não foram pormenores técnico-táticos os lances mais debatidos. José Mourinho rasga alegadamente a camisola de Rui Jorge durante o jogo. Confusão instalada, José Eduardo Bettencourt, administrador da SAD Sportinguista, vai à sala de imprensa criticar o técnico agora com 51 anos, falando em “hipocrisia” da parte do treinador. Se a história se cumprir, Mourinho terá mais um momento marcante em Alvalade. De boa ou má memória? A confirmar já esta terça-feira.
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