O advogado de Bruno de Carvalho, Miguel Fonseca, falou esta manhã, à entrada para mais uma sessão do julgamento do ataque à Academia de Alcochete, que decorre no tribunal de Monsanto, sobre o depoimento de Jorge Jesus, que apelidou de 'encomendador', na véspera, apontando o dedo a algumas das declarações do antigo técnico dos 'leões', que na sua opinião contradizem o que foi anteriormente afirmando em depoimento por outros jogadores.
"O Bruno Fernandes disse aqui que falou com o presidente depois daquilo [referindo-se ao ataque]...O sr 'encomendador' esqueceu-se de que não foram os jogadores todos a recusarem-se a falar com Bruno de Carvalho, porque pelo menos este esse disse que tinha falado com o presidente. E, obviamente, outros também falaram. A surpresa dele [Jesus] foi ter sido foi confrontado com mensagens que os jogadores mandaram ao presidente no intervalo do jogo com o Aves. Disso ele não sabia.", salientou Miguel Fonseca.
O advogado falou também do facto de, no seu depoimento, Jorge Jesus ter afirmado que foi Bruno de Carvalho a ditar a alteração da hora do treino no dia do ataque, considerando essa afirmação irrelevante. "Para mim e para o processo é indiferente se o treino estava marcado para de manhã ou para a tarde. Se fosse na quarta-feira, quem decidiu ir à academia não ia? Isso é algo a que apenas a comunicação social está a dar ênfase. É irrelevante", frisou.
Quanto à reunião na véspera do dia da invasão, o advogado de Bruno de Carvalho duvida que Jorge Jesus não tenha, de facto, falado na mesma, como disse em tribunal. "Dá a sensação de que o senhor Jorge Jesus conseguiu estar numa reunião com a administração e ficar totalmente calado. Eu não estava lá, mas estamos a falar de uma figura que nem aqui consegue estar calado na altura quando é para estar calado. Imaginem o Jorge Jesus duas horas calado a ouvir três administradores da SAD...".
Miguel Fonseca acabou por admitir que o ambiente não seria, efetivamente, o melhor os capitães e o presidente, mas que havia outros jogadores que não tinham problemas em falar com Bruno de Carvalho. "O Jorge Jesus podia ter indicado alguém que tivesse dito que não queria falar com o presidente. Nesse aspeto, ou mentiu o Bruno Fernandes nesse aspeto ou mentiu o senhor 'encomendador'. Se há um jogador a dizer que esteve a falar com o presidente depois do ataque...", concluiu.
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