A candidatura de António Miguel Cardoso acusou hoje Miguel Pinto Lisboa de entregar a lista às eleições do Vitória de Guimarães, da I Liga de futebol, com assinaturas “falsificadas”, tendo sido adiado o sorteio da ordem dos boletins, previsto para hoje.
Após a entrega das listas na quinta-feira, com as mais de 300 assinaturas de sócios obrigatórias por candidatura que ditam os estatutos vitorianos, a mesa da assembleia-geral conferiu os documentos na segunda-feira para validar as listas, mas a candidatura intitulada ‘Mais Vitória’ diz ter-se apercebido de “centenas de assinaturas falsificadas” na lista ‘Um Vitória de todos’, enquanto fiscalizava.
“Na altura, puderam ser confirmadas, quer via telefone, quer presencialmente por sócios visados, que atestaram não ser, nem quererem ser proponentes da referida lista, tendo confirmado que a assinatura não era a deles”, refere o comunicado da lista, enviado hoje às redações.
A candidatura de António Miguel Cardoso ao sufrágio de 05 de março considerou “ostensivo” que a “caligrafia utilizada” fosse “a mesma em centenas de nomes e assinaturas seguidas” e revelou ter encarado com “estupefação” o comunicado emitido hoje pelo Vitória, a dar conta de que a lista ‘Mais Vitória’ e a lista ‘Sim Vitória’, encabeçada pelo ex-jogador Alex Costa, mas também a de Miguel Pinto Lisboa tinham sido validadas.
“Fomos surpreendidos com a informação oficial, de que sem o consentimento e contra a vontade da lista ‘Mais Vitória’, tinham sido validadas as assinaturas da lista do candidato Miguel Pinto Lisboa”, acrescenta o comunicado.
Na sequência do episódio, a lista de António Miguel Cardoso pondera a “denúncia de crime no Ministério Público contra os membros da lista de Miguel Pinto Lisboa”, face ao “crime público de falsificação de assinatura e de documento”, até “em nome” da apregoada “transparência e rigor do processo eleitoral”.
Já a lista encabeçada por Miguel Pinto Lisboa, presidente do Vitória desde 2019 e recandidato, acusou a candidatura de António Miguel Cardoso de criar “ruído” e uma “suspeição intolerável”, quando as “suspeitas de irregularidades em algumas assinaturas” estão longe de comprometer “o definido nos estatutos”.
A lista ‘Um Vitória de todos’ rejeitou ter “autorizado, promovido ou aceitado” qualquer “assinatura que não cumpra escrupulosamente os princípios da legalidade” e vincou que não compete a uma das listas opositoras lançar “qualquer tipo de suspeição sobre quem possa ter cometido ou promovido tais supostas irregularidades ou com que intenções o terá feito”.
A candidatura de Miguel Pinto Lisboa frisou ainda que o “prolongamento da suspeição terá um dano evidente para o ato eleitoral”, tendo-se dirigido, por isso, à mesa da assembleia-geral, liderada por José Antunes, candidato da sua lista, para que “indague junto das restantes candidaturas se a retirada da lista ‘Um Vitória de todos’ contribui para a salvaguarda do bom nome do Vitória Sport Clube e da sua assembleia-geral eleitoral”.
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