A edição 2018/2019 da Premier League começa na próxima sexta-feira. Mas aquele que é reconhecido por muitos como o melhor campeonato do mundo é bem diferente da edição inicial em 1992/93. Os direitos televisivos e os patrocinadores estrangeiros mudaram o panorama inicial da Liga inglesa.
A primeira mudança significativa está no número de equipas. A primeira edição da Premier League contava com 22 clubes. Este ano estão em competição apenas 20 e só nove equipas fundadoras disputam a edição 2018/19: Crystal Palace, Everton, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Southampton e Tottenham.
Aston Villa, Blackburn, Ipswich, Leeds, Middlesbrough, Norwich, Nottingham Forest, Queens Park Rangers (QPR), Sheffield United e Sheffield Wednesday militam no Championship (Segunda divisão). O Coventry City está na terceira divisão, o Oldham Athletic na quarta divisão e o Wimbledon desapareceu como o conhecemos em 2004.
13 estrangeiros na primeira Premier League
Na primeira jornada Premier League 1992-93 só participaram 13 jogadores que não pertenciam ao Reino Unido ou à República de Irlanda: John Jensen (Dinamarca/Arsenal), Anders Limpar (Suécia/Arsenal), Eric Cantona (França/Leeds), Hans Segers (Holanda/Wimbledon), Gunnar Halle (Noruega/Oldham), Krzysztof Warzycha (Polónia/Everton), Roland Nilsson (Suécia/Sheffield Wednesday), Peter Schmeichel (Dinamarca/Manchester United), Andrei Kanchelskis (Rússia/Manchester United), Craig Forrest (Ipswich/Canadá), Ronny Rosenthal (Liverpool/Israel), Michel Vonk (Holanda/Manchester City) e Jan Stejskal (República Checa/QPR).
Se olharmos para os números atuais vemos grandes diferenças. No ano passado existiram 220 jogadores ingleses e esta temporada, ainda sem o fecho de mercado, existem 356 estrangeiros. França (33) e Espanha (32) são as nações com mais representantes.
Primeira edição sem treinadores estrangeiros
No capítulo dos treinadores acontece o mesmo. Na longínqua época 1992/93 apenas haviam treinadores do Reino Unido e República da Irlanda. Comandavam 16 ingleses: Ron Atkinson (Aston Villa), David Webb (Chelsea), Bobby Gould (Coventry), Steve Coppell (Crystal Palace), Howard Kendall (Everton), John Lyall (Ipswich Town), Howard Wilkinson (Leeds), Peter Reid (Manchester City), Lennie Lawrence (Middlesbrough), Brian Clough (Nottingham Forest), Joe Royle (Oldham), Gerry Francis (QPR), Dave Bassett (Sheffield United), Trevor Francis (Sheffield Wednesday), Ian Branfoot (Southampton) e Doug Livermore e Ray Clemence (Tottenham).
Para além destes, existia um galês (Mike Walker/Norwich), um irlandês (Joe Kinnear/Wimbledon) e quateo escoceses: George Graham (Arsenal), Kenny Dalglish (Blackburn), Graeme Souness (Liverpool) e Alex Ferguson (Manchester United).
Na Premier League deste ano, no entanto, há apenas quatro ingleses: Eddie Howe (Bournemouth), Sean Dyche (Burnley), Neil Warnock (Cardiff) e Roy Hodgson (Crystal Palace). Existe ainda um técnico galês (Mark Hughes / Southampton ) e um irlandês (Chris Hughton / Brighton).
Como curiosidade, existe o mesmo número de técnicos espanhóis (Unai Emery/Arsenal, Rafa Benitez/Newcastle, Pep Guardiola/Manchester City e Javi Gracia/Watford). Há ainda três portugueses (José Mourinho/Manchester United, Nuno Espírito Santo/Wolverhampton e Marco Silva/Everton), um argentino (Mauricio Pochettino/Tottenham), um chileno (Manuel Pellegrini/West Ham), um francês (Claude Puel / França), um alemão (Jürgen Klopp/Liverpool), um italiano (Maurizio Sarri/Chelsea), um sérvio (Slaviša Jokanović/Fulham) e um norte-americano (David Wagner/Huddersfield).
Os donos milionários e o impacto dos direitos televisivos
Os proprietários dos clubes também foram afetados por esta internacionalização. Na Premier 1992/1993 todos os donos eram nativos. Agora apenas cinco clubes têm propriedade 100% inglesa: Brighton, Burnley, Huddersfield, Newcastle e Tottenham.
Wolverhampton e Southampton estão em mãos chinesas, Manchester United e Liverpool contam com donos americanos, o maior acionista do Everton é o iraniano Fahad Moshiri, o do Watford é o italiano Gino Pozzo, o do Cardiff é o malaio Vincent Tan, no Fulham manda o paquistanês Shahid Khan, o Bournemouth e o Chelsea são liderados pelos russos Maxim Demin e Roman Abramovich, e no Arsenal lidera o estadunidense Stan Kroenke.
Os direitos televisivos também mudaram o futebol da liga inglesa. A 'Sky' pagou 257 milhões de euros pelos direitos televisivos da Premier entre 1992 e 1997. Até então apenas 60 jogos tinham sido emitidos por temporada para menos de dois milhões de assinantes.
Migalhas em comparação com os 6.900 milhões de euros que pagaram Sky e BT para ganhar os direitos entre 2016 e 2019.
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