Faz este sábado 34 anos que 96 pessoas morreram no Estádio de Hillsborough, em Sheffield, momentos antes da meia-final da Taça de Inglaterra entre o Liverpool e o Nottingham Forest.

Os incidentes aconteceram em 15 de abril de 1989, com a entrada de um grande número de adeptos do Liverpool para um setor que já estava esgotado - com uma procura muito superior à oferta -, com muitos a morrerem esmagados, face à sobrelotação.

Além da morte dos 96 adeptos dos 'reds', ainda mais de 700 outras pessoas ficaram feridas naquele que foi o mais grave incidente relacionado com estruturas de estádios na história do futebol em Inglaterra e um dos piores em todo o mundo.

Segundo os dados conhecidos, existiam apenas sete torniquetes para 10.100 adeptos do Liverpool, situados numa zona do estádio com menor capacidade, em contraponto com os lugares destinados aos adeptos do Nottingham, em menor número.

Os responsáveis

Em outubro de 2012, o Procurador-Geral inglês anunciou que iria abrir um novo inquérito judicial para estabelecer as causas exatas da morte das 96 pessoas, depois de em setembro desse mesmo ano, alguns documentos secretos exporem uma tentativa sofisticada da policia em culpar os adeptos do Liverpool pela tragédia. Diante do parlamento inglês, Dominic Grieve revelou que iria pedir a anulação dos inquéritos judiciais precedentes que concluíram que a morte das 96 pessoas foi acidental, de modo a poder abrir um novo processo. Nas palavras do Procurador-Geral, o inquérito deveria "começar do zero". E assim foi.
Já em 2014, a polícia britânica anunciou ter identificado 13 agentes da autoridade "suspeitos", reformados ou em serviço, no decorrer da investigação. Um ano depois, o comissário de polícia encarregado da segurança no estádio de Hillsborough (Inglaterra) aquando da tragédia de 1989 admitiu que a sua decisão de abrir uma entrada durante o jogo foi a "causa direta" do acidente.

David Duckenfield, na altura com 70 anos, fez as declarações a um inquérito judicial sobre o caso, a decorrer em Warrington, afirmando na ocasião ter ficado "gelado" no momento do acidente.

A 26 de abril de 2016, o júri de um tribunal reunido em Warrington concluiu que a tragédia não foi acidental e que existiram erros da polícia inglesa que contribuíram para o desfecho da situação.

Após dois anos de exposição de provas e da mais longa investigação legal em Inglaterra, o júri concluiu que o comportamento dos adeptos do Liverpool não contribuiu para o incidente em Sheffield.

Os jurados consideraram também que a polícia inglesa cometeu erros, tanto no planeamento da segurança da meia-final da Taça de Inglaterra, entre o Liverpool e o Nottingham Forest, como no dia do jogo, que contribuíram para o caso mais grave ocorrido nos estádios britânicos.

As decisões finais

Em junho de 2017, o Ministério Público Inglês acusou seis pessoas de responsabilidade criminal. Entre as seis pessoas estava o antigo chefe de polícia responsável pela operação de segurança, David Duckenfield, reformado, que enfrentaria a acusação de “homicídio por negligência grave”.

No dia da tragédia, ocorrida a 15 de abril de 1989, Duckenfield ordenou a abertura das portas de acesso ao estádio do Sheffield Wednesday, precipitando a entrada abrupta de centenas de adeptos, que levou ao esmagamento de outros, já no interior do recinto.

Já em 2019, um antigo diretor do Sheffield Wednesday, responsável pela segurança no Estádio Hillsborough em 1989, foi condenado a uma multa de 7.500 euros, por infração de segurança.

O tribunal de Preston condenou Mackrell a uma multa de 6.500 libras (7.500 euros), por não ter garantido a existência de torniquetes suficientes, que levou à concentração de uma multidão para entrar no estádio. Além da multa, o antigo dirigente foi ainda condenado a pagar os custos do processo judicial, na ordem de 5.800 euros.

No entanto, no final do mesmo ano, o comandante da polícia, David Duckenfield acabaria por ser considerado inocente do crime de negligência grave pelo júri.

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