O 'site' da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) brasileira foi alvo de um ataque cibernético na quarta-feira, quando 'hackers' colocaram uma imagem da bandeira da Argentina, três dias o polémico jogo de futebol entre os dois países.
A invasão foi confirmada pelo próprio órgão regulador brasileiro, que informou que o ataque cibernético foi direcionado ao formulário de Declaração de Saúde do Viajante (DSV), reforçando que o serviço já foi restabelecido.
"Esclarecemos que o ataque foi do tipo 'defacement' (modificação de estética da página web), não havendo, portanto, alteração de dados e impacto nos demais sistemas da Anvisa", indicou a agência em comunicado.
Assim que identificou o ataque, a “área de segurança digital da Anvisa entrou em contacto com os órgãos de segurança do Governo Federal para as ações cabíveis", concluiu, acrescentando que o formulário - documento obrigatório para todos os turistas vindos do exterior que desejam entrar no Brasil por via aérea - ficou fora do ar durante cerca de uma hora e meia.
Apesar dos esclarecimentos, a Anvisa não informou o tipo de conteúdo publicado pelos piratas informáticos.
Contudo, de acordo com o portal de notícias G1, os invasores colocaram uma bandeira da Argentina e uma mensagem em português, com erros aparentes.
"Não ficamos de quarenta [quarentena] para passear pelos seus servidores vamos ser expulsos também?", diz o texto citado pelo G1.
O ataque cibernético ocorreu três dias após a suspensão do jogo entre o Brasil e a Argentina, da qualificação sul-americana para o Mundial2022 de futebol.
No domingo, técnicos da Anvisa, acompanhados com elementos da polícia, irromperam no relvado da Arena Neo Química em São Paulo, alegando que quatro futebolistas argentinos não cumpriram as regras do combate à pandemia de covid-19, depois de já terem sido instados a ficar em quarentena no hotel.
Emiliano Martínez e Emiliano Buendía, jogadores do Aston Villa, e Giovani Lo Celso e Cristian Romero, do Tottenham, são acusados pela Anvisa de terem entrado no país com declarações em que omitiram a sua presença no Reino Unido nos últimos 14 dias, o que os obrigaria a cumprir quarentena obrigatória de 10 dias.
Por não terem efetivamente realizado a quarentena, as autoridades sanitárias optaram por impedir a sua presença no jogo, quando alertadas para o desrespeito do isolamento imposto.
Os quatro jogadores já regressaram a Inglaterra, deixando o estágio da Argentina, cujo último jogo desta ‘janela’ de qualificação sul-americana para o Mundial2022 será disputado na quinta-feira, em casa, contra a Bolívia.
Na sequência, a FIFA anunciou na terça-feira que abriu um processo disciplinar ao sucedido no Brasil-Argentina do passado domingo, da qualificação sul-americana para o Mundial2022 de futebol, interrompido aos cinco minutos pela entrada das autoridades sanitárias no relvado do jogo.
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