A suprema inspiração de Eusébio, melhor jogador e ‘rei’ dos marcadores da prova, com nove golos em seis jogos, valeu à estreante seleção portuguesa de futebol um brilhante, e irrepetível, terceiro lugar no Mundial de 1966.
Em Inglaterra, o ‘Pantera negra’, com 24 anos, esteve imparável e conseguiu colocar Portugal na corrida ao título, sonho que morreu nas meias-finais, às mãos da anfitriã Inglaterra (1-2), antes da vitória de ‘consolação’ face à União Soviética (2-1).
Antes da única derrota lusa em solo inglês, Eusébio já havia entrado para a ‘lenda’ dos Mundiais, pelo ‘bis’ ao bicampeão em título Brasil (3-1, na primeira fase), mas, sobretudo, pelo ‘póquer’ à Coreia do Norte, que virou um 0-3 em 4-3. Acabou 5-3.
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O então jogador do Benfica, nascido em 25 de janeiro de 1942 em Maputo e falecido em 05 de janeiro de 2014, com 71 anos, ainda marcou à Bulgária (3-0), na derrota com os ingleses e no triunfo com os soviéticos, depois de uma entrada em ‘branco’.
Portugal deve, assim, o inédito ‘bronze’ ao jogador de origem moçambicana, que só não marcou na estreia (3-1 à Hungria) na fase final e, na qualificação, apontou sete dos nove tentos lusos, selando, quase a ‘solo’, o primeiro apuramento português.
Eusébio marcou três tentos na receção à Turquia (5-1), um em Ancara (1-0), uma na Checoslováquia (1-0) e dois com a Roménia (2-1), resolvendo a questão, sendo que, somando qualificação e fase final, marcou 16 golos.
Em Inglaterra, Portugal começou com um triunfo por 3-1 sobre a Hungria, jogo em que brilhou José Augusto, com um ‘bis’, mas em que foi preciso sofrer até final, já que o tento da tranquilidade, do ‘bom gigante’ Torres, só apareceu a acabar.
No segundo jogo da fase de grupos, frente à Bulgária (3-0), Eusébio estreou-se a marcar, em mais um jogo em que foi Torres a fechar a contagem, e, a acabar a primeira fase, o ‘Pantera Negra’ teve o seu primeiro grande jogo, ao ‘bisar’ e afastar o Brasil (3-1), que tinha Pelé tocado e Garrincha no banco.
Tudo corria de feição, até que chegaram os quartos de final e uma Coreia de Norte que, poucos dias depois de ter ‘arrumado’ a Itália (1-0), chegou aos 25 minutos a vencer por inapeláveis três golos sem resposta.
Os comandados de Manuel da Luz Afonso (selecionador) e Otto Glória (treinador) pareciam ‘perdidos’, mas, com dois tentos ainda antes do intervalo, o segundo de grande penalidade, Eusébio manteve Portugal na corrida.
Na segunda parte, o ‘intratável’ avançado do Benfica empatou o jogo, aos 56 minutos, e, aos 59, apontou o seu quarto golo, ao converter novo penálti, por si conquistado, depois de um arranque só detido à ‘enésima’ falta.
Os ‘magriços’ tinham conseguido a reviravolta e acabaram por sentenciar aos 80 minutos, quando José Augusto estabeleceu o 5-3 final: Portugal e, sobretudo, Eusébio tinham acabado de entrar na ‘lenda’ dos Mundiais.
Nas meias-finais, transferidas à última hora de Liverpool para Londres, num ‘golpe’ dos anfitriões, a Inglaterra acabou com o ‘sonho’ de Eusébio, que marcou mais um tento, de grande penalidade, mas após um penalizador ‘bis’ de Bobby Charlton.
Depois de ter maravilhado, Eusébio não aguentou o facto de Portugal ter perdido a possibilidade única de disputar a final e desfez-se em lágrimas, em imagens que correram Mundo.
Como consolação, Portugal conquistou, dois dias volvidos, o terceiro posto: frente à União Soviética, os ‘magriços’ venceram por 2-1, com Eusébio a bater Lev Yashin aos 12 minutos, de grande penalidade, e Torres a selar o triunfo, aos 89.
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