O PCP considerou hoje que a condenação "inequívoca" das violações de direitos humanos no Qatar, a propósito do Campeonato do Mundo de Futebol, "não tem de passar pelo boicote à participação" da seleção portuguesa.

Numa nota enviada à Lusa, a direção comunista sustenta que "situações como aquelas que envolvem a realização do Mundial de Futebol no Qatar, caracterizadas por uma inaceitável exploração de trabalhadores sujeitos a condições intoleráveis e onde os direitos são desconsiderados, devem merecer forte condenação, tomada de posição individual e das entidades competentes".

Para o partido, impõem-se "medidas consequentes que defendam os direitos" dos trabalhadores sujeitos a condições desumanas.

Contudo, "a par desta consideração, o PCP entende que a expressão inequívoca da defesa dos direitos pode assumir diferentes dimensões e não tem de passar por ações de boicote à participação desportiva de atletas ou equipas e ao seu acompanhamento institucional, como no caso da participação da seleção nacional".

Tudo sobre o Mundial2022: jogos, notícias, reportagens, curiosidades, fotos e vídeos

Em causa estão abusos de direitos humanos cometidos com alegada conivência das autoridades do Qatar contra trabalhadores emigrantes durante a construção dos estádios e outras infraestruturas.

Reportagens de vários órgãos de comunicação social denunciaram contratos de trabalho que mais se assemelhavam a escravatura, e trabalhadores a viver em condições desumanas.

O desrespeito pelos direitos dos trabalhadores provenientes de outros países, assim como a intolerância face à comunidade LGBTI+ ou os direitos das mulheres levou a vários pedidos de boicote do campeonato por parte de organizações não-governamentais (ONG), entre elas a Amnistia Internacional.

O SAPO está a acompanhar o Mundial mas não esquece as vidas perdidas no Qatar. Apoiamos a campanha da Amnistia Internacional e do MEO pelos direitos humanos. Junte-se também a esta causa.