O guarda-redes francês Jerôme Palatsi, que jogou nos últimos 14 anos em clubes portugueses, manifestou-se envergonhado com a equipa gaulesa e assegura que nem o apuramento para os oitavos de final do Mundial2010 apagará esta má imagem.
“Acho que nem uma passagem (aos oitavos de final) podia limpar alguma coisa. Nunca nada será esquecido, nem perdoado”, afirmou à Agência Lusa Palatsi, aludindo à recente discussão entre o seleccionador francês e o avançado Nicolas Anelka, que acabou por ser afastado dos “Bleus”, e à recusa dos jogadores em treinarem, domingo.
Neste clima de crispação e à beira do afastamento do Mundial, a selecção francesa defronta hoje a anfitriã África do Sul, pelas 16:00 locais (15:00 em Lisboa), na terceira e última jornada do Grupo A, à mesma hora que Uruguai e México, praticamente apurados para os “oitavos” se defrontam.
“O que é que os franceses esperam? Ninguém espera nada, depois da vergonha que aconteceu. Os jogadores estão a representar uma nação, a França, pelo que está toda a gente contra eles. As pessoas podem entender os problemas, agora nunca podem reivindicar recusando-se a treinar. Isso é muito grave”, reconheceu.
O empate frente ao Uruguai e a derrota diante do México não criaram grandes expectativas em Palatsi, que até compreende os resultados, porque, noutros momentos, a “França já tinha jogado mal e perdido”.
“Os resultados podem ser graves, mas isso é o desporto, não é grave. Agora, os últimos acontecimentos estão a envergonhar a França perante o Mundo inteiro e toda a gente diz que isto não é um circo”, frisou.
Para o guarda-redes francês, Domenech é, “se calhar, uma parte do problema”, mas não o único nesta “crise”: “Depois do que os jogadores fizeram, esta culpa está perfeitamente ultrapassada”.
Palatsi, de 40 anos, era o jogador mais velho das competições profissionais portuguesas da última época, quando alinhou no Beira-Mar, depois de já ter defendido, em Portugal, as balizas de Vitória de Guimarães, Moreirense e Penafiel.
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