Gianni Infantino pediu às 32 seleções participantes do Mundial de 2022 que "foquem no futebol", em carta revelada esta sexta-feira pela 'Sky News'. A prova está envolvida em polémicas por causa das violações dos direitos humanos no Qatar.

"Vocês carregam nos vossos ombros as esperanças e sonhos das vossas nações e dos seus habitantes (…) Então, por favor, vamos concentrar-nos no futebol agora", disseram Gianni Infantino e Fatma Samoura, presidente e secretária-geral da FIFA, respetivamente.

Incomum pelo tom e conteúdo, a carta revelada esta sexta-feira pela 'Sky News' faz alusão, sem mencioná-las, às posições assumidas por diversas seleções sobre o respeito dos direitos dos trabalhadores e da comunidade LGBTQIA+ no Qatar, que também é criticado pelas consequências ambientais do torneio.

"Sabemos que o futebol não vive num mundo próprio e também estamos cientes de que existem muitos desafios e dificuldades de natureza política em todo o mundo. Mas, por favor, não deixem o futebol ser arrastado para todas as batalhas ideológicas ou políticas que existem", pode-se ler na carta assinada pelos dois dirigentes.

A FIFA não se pronunciou se aprova ou não, a iniciativa anunciada por vários capitães de seleções europeias - como Inglaterra, França e Alemanha - de usarem braçadeiras com as cores do arco-íris e a mensagem 'One Love', Num país que pune relações homossexuais.

E também não respondeu ao vídeo divulgado na semana passada em que 16 membros da equipa australiana criticam a falta de respeito aos direitos humanos e explicam ter "ouvido organizações como a Amnistia" Internacional e, "mais importante, trabalhadores estrangeiros no Qatar".

Infantino e Samoura afirmam que a FIFA tenta "tenta respeitar as opiniões e crenças, sem dar lições de moral ao resto do mundo".

"Na FIFA, tentamos respeitar todas as opiniões e crenças, sem dar lições de moral ao resto do mundo. Uma das grandes forças do mundo é, de fato, a sua própria diversidade, e se inclusão significa alguma coisa, significa respeitar essa diversidade. Nenhum povo, cultura ou nação é 'melhor' que outra. Este princípio é a pedra angular do respeito mútuo e da não discriminação. E é também um dos valores fundamentais do futebol. Então, por favor, vamos todos lembrar-nos disso e deixar o futebol ser o centro das atenções", continua o texto da missiva.

Na mesma carta, Infantino garante que todos serão bem-vindos ao Qatar, "independentemente da sua origem, religião, género, orientação sexual ou nacionalidade".