Os Países Baixos, três vezes vice-campeões, são os favoritos a conquistar o Grupo A do Mundial2022 de futebol, em que está incluído o anfitrião e estreante absoluto Qatar, que aparece como uma verdadeira incógnita.

Pelo meio, os sul-americanos do Equador e os africanos do Senegal vão tentar lutar pelo apuramento para os oitavos de final, embora o Qatar, a atuar em casa, também se poderá intrometer nessas contas.

Após falharem o Rússia2018, os Países Baixos estão regresso a um campeonato do Mundo, prova que vão ‘viver’ pela 11.ª vez e que foram finalistas vencidos em 1974, 1978 e 2010, embora desta vez não surjam entre os favoritos ao título.

O técnico Louis van Gaal saiu da reforma para apurar os neerlandeses para o Qatar (conquistou o Grupo G de qualificação sem grande dificuldade), com uma equipa liderada pelo central e capitão Virgil van Dijk e que não tem os nomes sonantes do passado, sobretudo no ataque.

Não é esperado o regresso da ‘laranja mecânica’, mas os Países Baixos têm todas as condições para, no mínimo, seguir para a fase eliminar, tal os adversários que vai encontrar no grupo.

Se os neerlandeses têm uma vasta história em Mundiais, o Qatar vai escrever apenas a sua primeira página e precisou de organizar a competição, com alguma polémica à mistura, para finalmente marcar presença.

O papel que a seleção anfitriã vai ter no grupo é um verdadeiro ‘mistério’, mas, de todas as 32 seleções que vão estar em prova, foi a que mais tempo teve de preparação, já que está a estagiar, sob o comando do selecionador Félix Sánchez (técnico espanhol) desde junho, em solo europeu.

Entre uma lista de jogadores que só atuam no campeonato do Qatar, surge Pedro Correia, central nascido em Portugal, internacional pelo país desde 2016, altura em que mudou o nome para Ró-Ró.

Após conquistar a Taça da Ásia em 2019, o primeiro grande troféu do país, o Qatar teve as primeiras experiências fora desse continente, precisamente a pensar no Mundial2022, e competiu como convidado na Copa América de 2019 e na Gold Cup de 2021.

No continente sul-americano, a seleção qatari ficou pela fase de grupos (duas derrotas e um empate), mas na Gold Cup chegou mesmo às meias-finais, caindo apenas frente aos Estados Unidos (1-0).

Campeão africano (à custa do Egito de Carlos Queiroz) e qualificado pela terceira vez para um Campeonato do Mundo (também à custa de Queiroz), o Senegal chega ao Qatar liderado pelo avançado Sadio Mané e pode surpreender, já que o selecionador Aliou Cissé tem à sua disposição um grupo de jogadores em que alinham todos na Europa e grande parte nas chamadas ‘big-5’.

Mesmo assim, repetir a presença nos quartos de final, a sua melhor participação, no Coreia do Sul/Japão2002, parece difícil, até porque é incerta a condição física de Mané.

Por seu lado, o Equador conseguiu a quarta presença graças ao quarto lugar obtido na qualificação sul-americana, à frente de equipas como o Chile e a Colômbia, embora tenha tido a sua viagem em risco até ao último minuto, devido a uma alegada utilização irregular de um jogador.

Comandados pelo argentino Gustavo Alfaro, os equatorianos só por uma vez ultrapassaram a fase de grupos, em 2006, na Alemanha, mas acabaram logo eliminados nos ‘oitavos’, a sua melhor prestação.

Qatar e Equador protagonizam o jogo de abertura do Mundial, em 20 de novembro, enquanto Países Baixos e Senegal defrontam-se no dia seguinte.

O Grupo A cruza nos ‘oitavos’ com o Grupo B, em que estão Inglaterra, País de Gales, Estados Unidos e o Irão, de Carlos Queiroz.

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