O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, considerou hoje que a discussão em torno da ida do Presidente da República ao Qatar para assistir ao primeiro jogo da seleção nacional de futebol no Mundial 2022 é “completamente absurda”.
“Um país que precisa de crescer economicamente, que tem um conjunto de problemas neste momento muito graves, que necessitam de solução, vai discutir se o Presidente [da República] vai ou não ao Qatar? Isso é uma conversa completamente absurda”, afirmou Miguel Albuquerque, questionado pelos jornalistas à margem da inauguração do espaço de residências artísticas ‘Lá em Cima’, no ilhéu de Câmara de Lobos, na zona oeste da Madeira.
“Essa conversa até me irrita, eu mudo de canal quando há esse tipo de conversa”, acrescentou o presidente do executivo madeirense.
Miguel Albuquerque (PSD) referiu ainda que não percebe “muito de futebol”, mas disse esperar "que a seleção ganhe e corra tudo bem, pelo menos para dar uma alegria aos portugueses".
O parlamento autorizou hoje a deslocação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao Qatar para assistir ao primeiro jogo da seleção nacional de futebol no Mundial 2022, que decorre na quinta-feira.
O projeto de resolução apresentado pelo presidente da Assembleia da República foi aprovado com votos a favor das bancadas do PS, PSD e PCP, abstenção do Chega e votos contra de IL, BE, PAN e Livre.
Os deputados do PS Isabel Moreira, Alexandra Leitão, Carla Miranda e Pedro Delgado Alves votaram contra o projeto de resolução e abstiveram-se os deputados do PSD Hugo Carneiro, António Topa Gomes e Fátima Ramos e os socialistas Maria João Castro, Miguel Rodrigues e Eduardo Alves.
Na quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa disse que “o Qatar não respeita os direitos humanos”, mas pediu que o foco se concentrasse na seleção nacional, declarações que geraram críticas de vários partidos.
“O Qatar não respeita os direitos humanos. Toda a construção dos estádios e tal..., mas, enfim, esqueçamos isto. É criticável, mas concentremo-nos na equipa. Começámos muito bem e terminámos em cheio”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, no final do jogo de preparação entre Portugal e a Nigéria, em Lisboa.
Um dia depois, em Fátima, o chefe de Estado ressalvou que iria marcar presença no primeiro jogo se o parlamento o permitisse e assegurou que pretendia falar de direitos humanos.
Também na sexta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que os responsáveis políticos portugueses estarão no Campeonato do Mundo de Futebol, no Qatar, a apoiar a seleção nacional e não a violação dos direitos humanos ou a discriminação das mulheres nesse país.
Estão previstas as presenças de Marcelo Rebelo de Sousa no primeiro jogo da seleção nacional de futebol no Mundial do Qatar, na quinta-feira, do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, no segundo jogo (28 de novembro), e do primeiro-ministro no terceiro (02 de dezembro).
Comentários