A vice-campeã em título Croácia e a Bélgica, terceira em 2018, prometem dominar o Grupo F do Mundial2022 de futebol, embora Marrocos e Canadá possam ter argumentos para lutar pelo apuramento para os ‘oitavos’, no Qatar.

O sorteio juntou neste agrupamento croatas, finalistas vencidos há quatro anos após um torneio histórico, e belgas, que na Rússia terminaram no último lugar do pódio, com uma seleção de Marrocos que poderá sempre surpreender e uma jovem equipa do Canadá que conta jogadores que têm ‘crescido’ no futebol europeu.

O torneio do Qatar vai marcar a despedida de uma geração ‘dourada’ da Croácia, a segunda desde a sua independência em 1991, com nomes como Modric, Perisic, Lovren e Vida a terem, à partida, a sua última participação na maior prova de seleções.

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Com Zlatko Dalić, o ‘obreiro’ de 2018, a manter-se no comando, dificilmente a Croácia terá nova oportunidade de chegar à final, sendo que o primeiro desafio é superar a Bélgica na luta pelo primeiro lugar, sabendo sempre que, nos ‘oitavos’, há uma alta probabilidade de ter à espera equipas como Alemanha e Espanha, que cruzam do Grupo E.

Na qualificação europeia, os croatas conquistaram o Grupo H, com apenas um ponto de vantagem sobre a Rússia, que mais tarde ficou impossibilitada de lutar por um lugar no Mundial2022 por castigo da FIFA, devido à invasão da Ucrânia.

A Bélgica também chega ao Qatar com a última possibilidade da sua geração de ‘ouro’ alcançar algum título, depois da oportunidade falhado em 2018, quando foi eliminada pela França, que viria a ser campeã mundial, nas meias-finais.

O espanhol Roberto Martínez terá nova oportunidade, e também a última, de fazer história no futebol belga, com uma equipa recheada de nomes que atuam nas melhores equipas europeias, com destaque para Kevin De Bruyne, do Manchester City, mas que tem falhado nos momentos decisivos dos grandes torneios.

Os belgas apareceram naquela lista de seleções que tanto podem protagonizar uma excelente campanha no Mundial2022, como podem desiludir e ficar longe dos jogos decisivos.

Aos 35 anos, Jan Vertonghen, ex-Benfica e agora no Anderlecht, deverá reforçar o seu estatuto de jogador com mais jogos de sempre nos ‘diabos vermelhos’ (141), assim como Lukaku na lista de marcadores (68), embora o avançado tenha apenas 29 anos.

Na sua sexta presença, Marrocos, sob o comando de Walid Regragui, vai tentar igualar o seu melhor registo em Mundiais, quando em 1986, num grupo com Portugal, chegou aos oitavos de final.

Os africanos apresentam-se no Qatar com alguns nomes sonantes, como Ziyech (Chelsea), Mazraoui (Bayern Munique), Hakimi (Paris Saint-Germain) e En-Nesyri (Sevilha), ficando a dúvida se isso será suficiente para rivalizar com Croácia ou Bélgica e chegar à próxima fase.

Na qualificação africana, depois de uma fase de grupos só com vitórias, Marrocos superou com facilidade a República Democrática do Congo no ‘play-off’, com 5-1 no agregado dos dois jogos.

Aliás, em 2018, na Rússia, Marrocos criou muitas dificuldades a Portugal na fase de grupos e até chegou a ser superior em fases da partida, apesar de ter sido derrotado por 1-0.

Uma das grandes curiosidades deste Mundial é o Canadá, de regresso após mais de 30 anos de ausência, naquela que será apenas a sua segunda presença na competição (a primeira foi no México1986).

O inglês John Herdman lidera uma equipa com jogadores como Steven Vitória (Desportivo de Chaves) e Stephen Eustáquio (FC Porto), que atraem as atenções portuguesas, mas sobretudo com nomes que têm ganho importância no futebol europeu, como Alphonso Davies (Bayern Munique), Cyle Larin (Club Brugges) e, sobretudo, Jonathan David, agora no Lille, de Paulo Fonseca.

Depois de vários anos fora da luta pelo apuramento, esta nova geração levou o Canadá ao primeiro lugar do grupo de apuramento da América Central, à frente de México e Estados Unidos.

Na primeira jornada, em 23 de novembro, o Canadá defronta a Bélgica, enquanto a Croácia mede forças com Marrocos.

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