A FIFA confirmou hoje ter tomado iniciativas para o diálogo com várias entidades internacionais representativas dos trabalhadores e com as autoridades do Qatar em benefício desses operários.
Questionado em conferência de imprensa sobre a ideia lançada por Organizações Não Governamentais (ONG) e apoiada por patrocinadores e federações de se criar um fundo de compensação para os trabalhadores que sofreram acidentes de trabalho, o porta-voz da FIFA, Bryan Swanson, limitou-se a dizer que irão ser tomadas medidas “em tempo oportuno”.
Enquanto o presidente da FIFA, Gianni Infantino, tentou passar uma mensagem de tranquilidade sobre o respeito pelos direitos humanos durante o torneio, Bryan Swanson garantiu que a entidade máxima do futebol mundial “mantém um diálogo positivo contínuo com a Organização Internacional do Trabalho, a Confederação Sindical Internacional e todas as autoridades relevantes no Qatar sobre iniciativas que beneficiarão os trabalhadores migrantes muito para além da última partida do Mundial”.
Sob pressão das ONG, o pequeno emirado do Golfo realizou nos últimos anos reformas no mercado de trabalho, incluindo a criação de um fundo de compensação para trabalhadores que não recebem os seus salários.
Numa mensagem de vídeo, Infantino saudou as “reformas revolucionárias do Qatar, as quais, nos últimos anos e nos que virão, têm melhorado e continuarão a melhorar a vida de milhares de trabalhadores”.
Respondendo às preocupações sobre o respeito aos direitos das mulheres e da comunidade LGBT+ durante a competição, o presidente da FIFA reiterou que “todos serão bem-vindos, independentemente da sua origem, formação, religião, género, orientação sexual ou nacionalidade” e considerou que o torneio será “o melhor de sempre, dentro e fora do campo”.
Por seu turno, a Diretora de Operações do Mundial, Colin Smith, questionada acerca das críticas que se têm ouvido na Europa sobre a ausência de respostas da FIFA em relação ao respeito pelos direitos humanos, afirmou que a posição da organização sempre foi “clara” sobre o assunto e que acredita “no diálogo e não no boicote”.
“Vimos o poder e a força do Mundial como um catalisador para a mudança na região”, afirmou Smith, que revelou ainda que 2,89 dos 3,2 milhões de ingressos disponíveis para o torneio, que decorrerá no Qatar entre 20 de novembro e 18 de dezembro, foram vendidos, juntamente 240.000 bilhetes ‘VIP’, que constituem um recorde.
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