A final de um Mundial é já uma distante recordação para Uruguai e Holanda. Talvez por isso a meia-final do estádio Green Point, na Cidade do Cabo, esteja a ser tão disputada.

Desde os anos 70 que a Laranja Mecânica não pisa o palco de uma final de um Campeonato do Mundo. Não tão espectacular como noutras eras, os holandeses refinaram a sua astúcia e capacidade defensiva para suportar o ‘futebol total’ que os marcou durante gerações.

Esta noite, a Holanda entrou melhor e podia ter marcado logo aos quatro minutos, caso Kuyt não tivesse rematado por cima quando o guardião Muslera estava fora da baliza, depois de ter cortado um cruzamento.

A resposta uruguaia surgiu de forma algo débil, com Alvaro Pereira a tentar um chapéu de meio-campo, mas cujo resultado final saiu por cima da baliza de Stekelenburg.

Sem grandes oportunidades de golo, foi Giovanni Van Bronckhorst a sacudir a monotonia que ameaçava instalar-se no estádio Green Point. O capitão holandês disparou um míssil cruzado a cerca de 30 metros da baliza de Muslera. Era indefensável e deixou os adeptos holandeses em delírio, quando estavam decorridos 18 minutos.

O tiro do veterano atirador abalou, mas não fez ruir a estrutura bem definida por Oscar Tabarez. Apesar da boa organização holandesa, com grande domínio da posse de bola e sem conceder muitos espaços à equipa azul celeste, o Uruguai tentou lentamente regressar ao jogo.

Sem Suarez a acompanhar Forlán no ataque, os uruguaios mostraram algumas dificuldades para incomodar a defensiva holandesa. Todavia, o capitão - e maior ameaça entre os uruguaios - deu o exemplo. À semelhança de Bronckhorst, Forlán atirou de fora da área, aos 41’, com Stekelenburg a reagir tarde num potente remate que entrou no meio da baliza. O guardião holandês pareceu ter sido mal batido, uma vez que a bola não sofreu nenhum desvio.

Os holandeses partiam com favoritismo, mas o Uruguai não está disposto a abdicar do sonho de regressar a uma final mais de 40 anos depois. Os próximos 45 minutos vão decidir o primeiro finalista do Mundial 2010.