A seleção portuguesa de futebol possui um registo imaculado nas receções ao Luxemburgo, que saiu sempre derrotado - e várias vezes goleado - nas seis vezes que jogou em Portugal, com 23 golos sofridos e nenhum marcado.
Na véspera do jogo da última ronda do grupo F europeu de qualificação para o Mundial de 2014, o balanço dos confrontos é claramente favorável a Portugal, que venceu 11 dos 13 encontros, mas sentiu inesperadas dificuldades para se impor no mais recente embate, há pouco mais de um ano.
No arranque da campanha para o Campeonato do Mundo que se vai realizar no Brasil, a equipa das “quinas" esteve a perder na visita ao Grão-Ducado, na sequência de um golo marcado pelo luso-luxemburguês Daniel da Mota, valendo os tentos de Cristiano Ronaldo e Hélder Postiga para evitar a perder de pontos.
A seleção lusa conheceu outra sorte há 52 anos: a 08 de outubro de 1961, o Luxemburgo conquistou o único triunfo em 13 jogos realizados com Portugal, ao vencer por 4-2, na corrida ao Mundial de 1962, numa partida que ficará na história por ter marcado a estreia de Eusébio com a camisola da seleção lusa.
O "pantera negra" até faturou, aos 83 minutos, mas limitou-se a reduzir o peso de um desaire que poderia ter assumido contornos de goleada, pois os anfitriões tinham chegado a um impensável 4-0 no minuto anterior, muito por força do "hat-trick" de Schmidt, tendo Yaúca reduzido para 4-2 perto do final.
A exceção quase teve reedição 30 anos mais tarde, em 1991, num particular também em terreno luxemburguês e de novo numa data para mais tarde recordar, pois proporcionou a primeira internacionalização “AA” a Figo e João Vieira Pinto, pela mão do selecionador Carlos Queiroz. O golo de Nogueira, também estreante nesse dia, no início da segunda parte, valeu o único empate (1-1).
Os restantes 11 jogos saldaram-se por triunfos lusos, o mais volumoso dos quais precisamente no embate inaugural, a 19 de março de 1961, por 6-0, com três tentos de Yaúca, remates certeiros de José Águas e Coluna e um auto-golo de Brosius, resultado que não deixava antever a categórica derrota sofrida sete meses depois.
Portugal repetiu a "dose" já no século XXI, em Faro, na caminhada para o Mundial de 2006, graças aos remates certeiros de Jorge Andrade e Ricardo Carvalho e ao "bis" Simão Sabrosa e de Pauleta, que já tinha marcado por duas vezes na partida da primeira volta, no Luxemburgo, na goleada por 5-0.
Cristiano Ronaldo, a figura maior da equipa treinada agora por Paulo Bento, também faturou naquele jogo, à semelhança do que fez nos dois mais recentes duelos entre as duas seleções, em Faro, em nova goleada por 5-0, num particular em que se destacou igualmente Hugo Almeida, autor de dois golos, e no "espartano" triunfo por 2-1 obtido já nesta fase de apuramento.
Com três vitórias por 3-0, duas em terreno neutro, em Metz (França) e Saarbrucken (Alemanha), que valeram mais dois golos para os "currículos" de Rui Águas, Simão Sabrosa e Figo, e outro triunfo por 2-0, Portugal apenas em três ocasiões "sofreu" para confirmar o favoritismo, impondo-se pela margem mínima.
Além do último confronto, em 1984, num jogo de caráter particular, dois golos marcados no espaço de seis minutos por Eurico Gomes e Diamantino, proporcionaram um triunfo tangencial por 2-1 e quatro anos mais tarde, na fase de qualificação para o Mundial de 1990, o tento solitário de Fernando Gomes evitou um deslize comprometedor no Porto.
Terça-feira, em Coimbra, Portugal precisa apenas de empatar o 13.º jogo com o Luxemburgo para se qualificar para os “play-offs” de apuramento para o Mundial de 2014, sendo que só uma goleada permite sonha com a qualificação direta.
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