Sem três jogadores cruciais, os lesionados Neymar, Vinícius Jr e Casemiro, e a viver um momento delicado, o Brasil defronta na madrugada desta terça-feira (21) no Maracanã a Argentina de Lionel Messi, que pode aproveitar a confusão do arquirrival para desferir um golpe histórico.
A seleção brasileira de Fernando Diniz chega ao superclássico com uma má sequência de três jogos consecutivos sem vencer, incluindo duas derrotas seguidas, algo que nunca tinha acontecido na história do apuramento para mundiais.
"É um momento delicado do nosso processo, sem que os resultados estejam conosco, mas são estes tipos de jogos que nos fazem crescer", disse Marquinhos na segunda-feira na conferência de imprensa de antevisão do jogo.
A situação pode piorar, já que os campeões mundiais comandados pelo técnico Lionel Scaloni não costumam perder oportunidades e, na terça-feira, no Rio de Janeiro, têm a hipótese de quebrar a invencibilidade histórica que o Brasil tem a jogar em casa no apuramento para Mundiais de futebol.
Embora tenham deixado de ter uma campanha perfeita após a derrota para o Uruguai (2-0 na última quinta-feira em Buenos Aires), os albicelestes continuam como líderes isolados com 12 pontos ganhos em cinco jogos. Já a seleção brasileira é a quinta colocada, com sete.
- Ausências importantes -
Pressionado pelos maus resultados e por um futebol que está longe de ser a sua marca registada, Diniz arrisca parte do seu prestígio no seu sexto jogo ao comando da seleção canarinha.
Venceu apenas na primeira ronda dupla, contra os últimos colocados Bolívia (5-1) e Peru (1-0), empatou com a Venezuela (1-1) e perdeu para Uruguai (2-0) e Colômbia (2-1).
Contra os colombianos, na quinta-feira em Barranquilla, perdeu Vinícius Junior, por lesão. O atacante do Real Madrid sofreu uma lesão muscular na coxa esquerda que o manterá afastado durante várias semanas, segundo a imprensa espanhola.
O desfalque disparou o alarme para a Seleção brasileira, que chegou desfigurada na última ronda dupla do ano: o guarda-redes Ederson, o lateral Danilo, o capitão Casemiro e o atacante Neymar, todos titulares de Diniz, estão ausentes por diversos problemas físicos.
"Eles têm substitutos. Se se olhar para a equipa que eles dizem que vai jogar, são todos jogadores de alto nível (...) e com certeza o treinador deles terá algo preparado devido à falta de destaques", disse Scaloni antes de viajar para o Rio, na segunda-feira.
Vini, de 23 anos, tinha a missão de comandar o ataque e mostrar as suas credenciais agora que a carreira de Ney, principal jogador do Brasil nos últimos anos, está interrompida devido a uma séria lesão no joelho.
- Rodrygo assume liderança na Canarinha -
Mas o seu companheiro de equipa merengue, Rodrygo, assumiu publicamente a responsabilidade de liderar a seleção do seu país naquela que pode ser a última partida oficial de Diniz como técnico.
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, garante que o italiano Carlo Ancelotti, do Real Madrid, assumirá o cargo em meados de 2024, antes da Copa América e do reinício do apuramento para o Mundial de 2026.
"Sem Neymar e Vini, espera-se ainda mais de mim e espero poder retribuir da mesma forma que confiam em mim", disse Rodrygo no sábado.
Com o número 10 nas costas e os seus 22 anos de idade, o atacante vai comandar um ataque formado por Gabriel Martinelli, Raphinha e Gabriel Jesus, substituto de Vinícius, como visto nos últimos treinos.
"Faremos alguns ajustes porque a Argentina é uma equipa muito boa e tem Messi. Tentaremos fazer valer as nossas qualidades, impor-nos, tomando todos os cuidados", garantiu Diniz.
- Invencibilidade em casa ameaçada -
É consenso que foi em pleno Maracanã que a Argentina de Scaloni e Messi começou a construir a conquista do Mundial de 2022, a terceira depois das de 1978 e 1986.
No relvado carioca derrotou o Brasil de Tite por 1-0 na final da Copa América-2021. Desde então cresceu e venceu a Itália (3-0) na Finalíssima e a França (4-2 nos penáltis após empate em 3 a 3) na final do Mundial do Qatar.
Fica no ar a dúvida se os brasileiros serão capazes de manter a invencibilidade em casa em apuramentos para Mundiais de futebol. Na Argentina, há um entusiasmo porque o autor do golo do título de 2021 está de volta: Ángel Di María.
'El Fideo', homem de finais, ficou no banco contra o Uruguai, mas Scaloni, que pediu para deixar para trás as lembranças da Copa América, disse que o avançado do Benfica poderá ser titular, numa equipa que teria poucas mudanças em relação ao que enfrentou os uruguaios.
"É sempre preciso pensar no presente. É um clássico, é o Brasil, a jogar na sua casa. O jogo tem um tempero especial", disse o treinador, cuja equipa viu ser interrompida diante do Uruguai uma sequência de 14 jogos sem perder (12 vitórias e dois empates).
Equipas prováveis
Brasil: Alisson - Emerson Royal, Marquinhos, Gabriel Magalhães, Carlos Augusto - Bruno Guimarães, André - Raphinha, Rodrygo, Gabriel Martinelli - Gabriel Jesus.
Técnico: Fernando Diniz.
Argentina: Emiliano Martínez - Nahuel Molina, Cristian Romero, Nicolás Otamendi, Nicolás Tagliafico - Rodrigo De Paul, Enzo Fernández, Alexis Mac Allister - Lionel Messi, Lautaro Martínez, Ángel Di María.
Técnico: Lionel Scaloni.
Árbitro: Piero Maza (CHI)
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