A Espanha sagrou-se campeã do Mundo feminino de futebol pela primeira vez, ao vencer a Inglaterra por 1-0. Na final disputada no Estádio Olímpico de Sidney, Austrália, a lateral esquerda Olga Carmona voltou a ser decisiva, ao apontar o único golo do jogo. As espanholas ainda falharam uma grande penalidade, pela capitã Jenny Hermoso.

A Espanha venceu o seu primeiro Mundial à terceira participação na competição, depois de ter caído na fase de grupos em 2015 e nos oitavos de final em 2019. Já a Inglaterra alcança também a sua melhor participação num Campeonato do Mundo, uma vez que nunca tinha atingido a final, tendo sido terceira classificada em 2015 e quarta em 2019.

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A melhor edição de um Mundial feminino teria uma vencedora inédita, já que Espanha e Inglaterra nunca tinham estado numa final da prova. As inglesas procuravam juntar o título europeu ao mundial, perante uma Espanha que tem vindo a crescer no panorama do futebol feminino mundial.

As espanholas afastaram a Suécia nas meias-finais por 2-1, as inglesas bateram a seleção da casa, a Austrália, por 3-1.

No Estádio Olímpico de Sidney, os holofotes estariam também centradas em Salma Paralluelo, que podia entrar na história dos Mundiais de futebol, aos 19 anos: tornar-se na primeira campeã das três categorias de Mundiais de futebol do Mundo FIFA, tanto masculinas como femininas. Ela venceu o Mundial de sub-17 e o Mundial de sub-20.

As espanholas entraram em campo a dominar, com o seu futebol rendilhado, de pé para pé, sempre em progressão, com Aitana Bonmatí em destaque. No entanto, o primeiro lance de golo é da Inglaterra. Aos 16 minutos, Laura Hemp disparou um míssel que foi devolvido pela trave da baliza de Cata Coll.

A resposta espanhola chegou nos pés de Alba Redondo, aos 17 minutos. Cruzamento para o segundo poste, Paralluelo falhou na finalização, Alba Redondo rematou para defesa da guarda-redes inglesa. Aos 22, novamente Alba Redondo a poder marcar mas a rematar denunciado.

Do lado inglês era Lauren Hemp quem tentava mas a guardiã Cata Coll estava atenta.

O golo espanhol apareceu aos 29 minutos, num remate fantástico de Olga Carmona. Recuperação de Teresa Abelleira a meio-campo, passe para o lado esquerdo, a bola chegou até a Olga Carmona que rematou cruzado e rasteiro para o 1-0. A lateral esquerda já tinha dado a vitória à Espanha diante da Suécia, nas meias-finais.

A terminar o primeiro tempo, novamente a Espanha a criar perigo. Salma Paralluelo apareceu na área a rematar de primeira, a bola bateu no poste e saiu para fora.

Ao intervalo, a selecionadora inglesa Sarina Wiegman lançou Chloe Kelly e Lauren James nos lugares de Daly e Russo.

O jogo continuava vivo, com perigo junto das duas balizas. Aos 50 minutos, Mariona disparou para defesa fantásica de Mary Earps. No minuto seguinte é a Inglaterra a poder marcar: Lauren Hemp surgiu sozinha na área mas atirou ao lado, quando tinha tudo para marcar.

Aos 64 minutos, a árbitra norte-americana Tori Penso foi avisada pelo VAR sobre uma mãona bola de Walsh, em lance com Bonmati na área inglesa. Depois de muito tempo a rever a jogada, a juiza explicou o que viu e o que decidiu: grande penalidade para a Espanha que a capitã Jenni Hermoso desperdiçou. Remate fraco, que Eerps defendeu com segurança. As inglesas ganhavam uma nova vida.

A Inglaterra ganhou ânimo, Lauren James viu Cata Coll negar-lhe o golo aos 76 minutos.

A selecionadora Sarina Wiegman arriscou tudo, com mais uma avançada e a Espanha teve mais espaço para matar o jogo em contra-ataque. No segundo dos 13 minutos de desconto, Ona Battle foi lançada no seu corredor direito mas optou por rematar em vez de passar. Earps voltou a impor-se, desviando para canto.

Nos minutos finais de desconto, a Espanha ameaçou o 2-0 em várias ocasiões, em lances de contra-ataque, numa altura em que a Inglaterra arriscava tudo no ataque mas sem sucesso.

Jorge Vilda consegue guiar a seleção espanhola para o seu primeiro título mundial no futebol feminino sénior. Para Sarina Wiegman é a segunda final seguida perdida.

A Espanha conquista o seu primeiro Mundial à terceira participação na competição, depois de ter caído na fase de grupos em 2015 e nos oitavos de final em 2019.

O último lugar do pódio do Mundial2023 ficou entregue à Suécia, que no sábado venceu por 2-0 a Austrália, uma das anfitriãs, no encontro de atribuição do terceiro e quarto lugares.