Faleceu, este domingo, Bernard Tapie, antigo presidente do Marselha, clube que liderou entre 1968 e 1993, e na presidência do qual conquistou a Liga dos Campeões, única até à data conquistada por um clube francês.

Sempre polémico, Tapie foi, em 1993, acusado de manipular o resultado de um jogo de futebol, entre o Marselha e o Valenciennes. O Marselha acabou por ver o título de campeão de França ser-lhe retirado nesse ano e foi mesmo despromovido ao segundo escalão do futebol francês devido a problemas financeiros causados por Tapie, que acabou por ser preso, passando quase um ano detido. Mais tarde, foi também processado por fraude fiscal.

Além de empresário e dirigente desportivo, Bernard Tapie foi ator, cantor, ministro e deputado. Vendeu a Adidas, que havia adquirido em 1990, ao banco público Crédit Lyonnais em 1993, condição imposta pelo então presidente François Miterrand para nomeá-lo ministro. Pouco depois, o banco vendeu a Adidas com lucros avultados, o que levou Tapie a denunciar o caso e obter, em primeira instância, uma indemnização de 135 milhões em danos e juros, decisão posteriormente anulada.

A notícia foi dada pela família do magnata num curto comunicado enviado, ao início da manhã deste domingo, à estação televisiva francesa BFMTV.

"Dominique Tapie e os seus filhos têm a infinita mágoa de anunciar a morte do marido e pai, Bernard Tapie, este domingo, dia 3 de outubro, pelas 8h40, como resultado de um cancro", pode ler-se no referido comunicado.

"Ele partiu em paz, rodeado por mulher, filhos, netos e irmão, que estiveram ao lado da sua cama", acrescenta o comunicado, especificando que Bernard Tapie "exprimiu o desejo de ser enterrado em Marselha, a cidade do seu coração", acrescenta a mesma nota.