A presidência da República Checa considerou hoje “desproporcional” e um “ataque à liberdade de expressão” a sanção de 10 jogos imposta ao futebolista Ondrej Kudela, do Slavia Praga, devido a insultos racistas num jogo da Liga Europa.
“A evidente falta de proporcionalidade não tem sentido num ambiente normal de liberdade”, afirmou Jiri Ovcacek, porta-voz da presidência checa, considerando que a sanção, imposta pela UEFA, mostra “o crescimento de um novo totalitarismo, para o qual a palavra é um crime”.
O antigo ministro da Defesa Alexander Vondra considerou que o futebolista internacional checo foi suspenso “sem provas” e afirmou que na Europa ocidental “há gente a ficar louca”.
Na quarta-feira, a UEFA suspendeu Ondrej Kudela, defesa central do Slavia Praga, por 10 jogos em todas as competições, devido a insultos racistas num encontro frente ao Rangers, da Liga Europa.
Em causa estão alegados insultos de teor racista que Kudela terá proferido ao ouvido de Glen Kamara, jogador de nacionalidade finlandesa de origem da Serra Leoa, que denunciou esta atitude à equipa de arbitragem e aos seus companheiros, tendo depois agredido o adversário checo.
Por essa razão, a UEFA também decidiu punir o médio de 25 anos com três jogos de suspensão nas provas europeias.
Kudela e o Slavia Praga negaram sempre as acusações do Rangers e o clube apresentou, sem sucesso, uma queixa na UEFA devido ao alegado jogo violento da equipa escocesa nesse encontro.
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