O Talleres despediu-se da Taça Libertadores na madrugada de quarta-feira, ao perder por 2-1 frente ao São Paulo, no Estádio Cícero Pompeu de Toledo, resultado que ditou o último lugar do Grupo D. No entanto, o jogo ficou marcado por algo bem mais grave do que a eliminação da equipa argentina: Miguel Navarro, lateral-esquerdo venezuelano, denunciou ter sido vítima de insultos racistas e xenófobos durante a partida.

Em declarações reproduzidas pelo portal Globoesporte, o internacional da Venezuela acusou o médio paraguaio Damián Bobadilla, do São Paulo, de o ter insultado após o segundo golo da formação brasileira.

"É, realmente, lamentável falar deste tipo de coisas, mas, quando eles fazem o 2-1, o Luciano deu, praticamente, uma volta ao campo, e eu disse ao árbitro que se apressasse, que precisávamos de jogar", começou por explicar Navarro.

"Bobadilla disse-me 'Vocês queimam sempre tempo', e eu respondi 'Que tempo, se vocês estão a ganhar?'. Aí, ele chamou-me de venezuelano morto de fome, e eu fiz a denúncia", acrescentou o jogador de 25 anos, visivelmente abalado.

Navarro revelou ainda ter ponderado abandonar o relvado, em lágrimas, mas decidiu manter-se em campo por respeito ao esforço dos colegas. "Eu quis sair de campo, mas, infelizmente, não tínhamos mais substituições. Por respeito ao trabalho dos meus companheiros de equipa, eu não quis sair e deixá-los com um a menos, mas a minha cabeça já não estava no jogo", confessou.

Até ao momento, nem o São Paulo nem Damián Bobadilla emitiram qualquer declaração oficial sobre o caso. A CONMEBOL também ainda não se pronunciou, mas é expectável que analise a denúncia nas próximas horas.