O presidente do Sporting disse hoje, após a vitória em Astana, em jogo da Liga Europa de futebol, que este pode ter sido o último jogo como presidente do clube.
“Há aqui um duplo sentimento. De quatro objetivos que tínhamos, continuamos fortes em três e um já conquistámos. Sinto-me feliz porque a nação sportinguista está feliz, sinto-me feliz por ter voltado ao banco, onde me sinto bem e onde estou perto do grupo (...), mas ao mesmo tempo triste porque sinto que possivelmente foi o último jogo que fiz enquanto presidente do Sporting”, disse Bruno de Carvalho, em Astana, no final da vitória do Sporting por 3-1 sobre o Astana, em partida da primeira mão dos 16 avos de final da Liga Europa.
Afirmando esperar que a Assembleia Geral extraordinária do Sporting “seja concorrida” Bruno de Carvalho disse ter a impressão que “as pessoas ainda não perceberem o que está em causa” na reunião magna de sábado, em que serão votadas as alterações de estatutos e do regulamento disciplinar propostas pela direção e a continuidade dos atuais órgãos sociais.
"Acho que as pessoas ainda não perceberam o que está em causa. Está em causa uma questão de gratidão, reconhecimento e confiança. Continua a haver muitas dúvidas (...) Os estatutos tiram-nos margem financeira, dão-nos responsabilização ao nível de futuras eleições, [temos]um regulamento disciplinar sem a menor questão, igual a tantas outras empresas. Sinto que as pessoas ainda não têm a verdadeira noção. Em vez de estar aqui eufórico como devia estar, é uma tristeza se no dia 17 [de fevereiro] não houver o reconhecimento do trabalho que temos feito. Mas saio de cabeça erguida, com orgulho no trabalho que fiz e no trabalho dos órgãos sociais", acrescentou.
Em 05 de fevereiro, dois dias depois de ter abandonado a Assembleia Geral em que foram contestadas as propostas de alteração aos estatutos e ao regulamento disciplinar - retiradas da discussão - o presidente do Sporting anunciou a marcação novo plenário para discutir aqueles pontos e também a continuidade dos atuais órgãos sociais do clube.
Eleito pela primeira vez em 2013 e reconduzido em março do ano passado, Bruno de Carvalho recordou que, para poderem ser aprovados, os dois primeiros pontos terão de recolher 75 por cento de votos favoráveis, e disse que se demite de imediato caso não haja aprovação do primeiro ou do segundo.
Quanto ao terceiro ponto, que só será votado se os dois primeiros forem aprovados, o líder 'leonino' colocou a fasquia numa votação semelhante à das últimas eleições, na qual obteve uma maioria de 86,13%, embora já tenha admitido que uma maioria de três quatros será suficiente para continuar em funções.
“Se não tivermos uma votação esmagadora, como nas últimas eleições, imediatamente iremos embora”, garantiu Bruno de Carvalho em declarações aos jornalistas, assegurando que não se recandidata a novas eleições em caso de demissão. “Nunca mais voltarei”, afirmou.
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