O FC Porto chegava a Israel motivado pelo bom arranque europeu, mas ainda assim desfalcado. Yacine Brahimi era a grande ausência dos 'dragões', que viajaram ainda sem Maicon e Osvaldo.
Julen Lopetegui avaliou as circunstâncias e fez aquilo que já havia feito em Kiev e na dura receção ao Chelsea: lançou André André, um 8 puro, como falso extremo, com mais responsabilidades no equilíbrio do meio-campo do que aquelas que seriam atribuídas a Corona ou Varela, que ficaram no banco.
A aposta revelou-se acertada e, além da segurança que os 'dragões' conseguiram assim transmitir na circulação de bola a meio-campo, André André foi decisivo na construção dos golos, tal como os restantes homens dos flancos, tanto laterais como extremos.
O primeiro golo foi de Tello, numa típica jogada de flanco a flanco. André André fez um passe longo e o extremo espanhol apareceu a finalizar com classe, dando início a uma exibição em que se demonstrou bem mais decidido do que o habitual. No segundo foi Maxi Pereira, o lateral-direito raçudo, a romper pela defesa adversária para servir André André de bandeja. O pequeno médio nem precisou de saltar muito para encostar de cabeça e ampliar o resultado.
Por fim, Tello quis também assistir, desta feita para o lateral-esquerdo Miguel Layún, que num grande lance com uma finalização de qualidade fez o terceiro e assegurou o triunfo portista. Estava feito o pleno dos quatro homens dos flancos, todos eles decisivos, a compensarem a falta de acerto do habitual goleador Aboubakar.
Ao contrário do que tem sido habitual, o ponta-de-lança do FC Porto esteve perdulário. Muito perdulário. O lance dos 34 minutos, em que com a baliza escancarada falhou o alvo, foi apenas o mais evidente exemplo de uma noite para esquecer, em que quase tudo lhe saiu mal. Normalmente decisivo, pelo menos a servir os colegas do ataque, o camaronês falhou vezes sem conta em frente à baliza e nem sempre por boas intervenções do guarda-redes Rajkovic.
Por outro lado, quem sai deste encontro com nota muito positiva é Iker Casillas, que voltou a transmitir total segurança à linha defensiva dos 'dragões' e fez um punhado de defesas de qualidade. Na grande penalidade - por sinal muito mal assinalada pelo árbitro Anastasios Sidiropoulos - conseguiu acertar no lado para onde Zahavi atirou e não chegou à bola por muito pouco.
Mesmo com o golo sofrido, o primeiro do Maccabi numa fase de grupos em que ainda os israelitas ainda não conseguiram pontuar, o triunfo dos 'dragões' foi claro e nunca pareceu estar em risco, mesmo perante algumas boas arrancadas do Maccabi, que aproveitou a mentalidade ofensiva dos laterais do FC Porto para encontrar espaços para o contra-ataque. Os 'dragões' foram gerindo o resultado com alguma tranquilidade à medida que os golos iam aparecendo e assim garantiram mais três pontos e a liderança bem isolada do grupo G, com mais três pontos do que o Chelsea.
A passagem aos oitavos-de-final ainda não está garantida, mas deverá ser uma questão de tempo. A menos que ocorra uma dupla catástrofe, na receção ao Dínamo e em Londres, os 'azuis-e-brancos' seguirão em frente e têm grandes hipóteses de o fazer no primeiro lugar, o que poderá dar alguma vantagem no sorteio da próxima fase. Para já, porém, fica o registo de 22 jogos consecutivos a marcar nas provas da UEFA, mais do que qualquer outra equipa europeia. O Barcelona, segundo neste 'ranking', marca há 18 partidas.
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