O ex-ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues vai liderar o "inquérito independente" às falhas de segurança que marcaram sábado a final da Liga dos Campeões de futebol, anunciou hoje a UEFA.
"De forma a garantir a sua independência neste processo, [Tiago] Brandão Rodrigues concordou em executar esta tarefa em regime pro bono", referiu o organismo que tutela o futebol europeu, em comunicado.
Na mesma nota, a UEFA destacou o percurso de Brandão Rodrigues, lembrando que o antigo ministro da Educação integrou a direção da Agência Mundial Antidopagem entre 2019 e 2021, além de ter sido adido da Missão de Portugal aos Jogos Olímpicos Londres2012.
O organismo avança que haverá "um inquérito independente aos acontecimentos à volta da final da Liga dos Campeões", depois de antes ter referido, num primeiro momento, os "milhares de bilhetes falsos" que terão bloqueado "os torniquetes do lado das bancadas reservadas ao Liverpool" no Stade de France, na região de Paris.
A UEFA promete a "avaliação das tomadas de decisão, as responsabilidades e os comportamentos de todas as partes envolvidas na final" e para credibilizar o inquérito chamou o deputado do Partido Socialista (PS) e ex-ministro da Educação - com a tutela da Juventude e do Desporto - dos primeiros governos liderados por António Costa.
Sábado à noite, a impossibilidade de encaminhar em tempo os espetadores munidos de bilhete levou ao atraso no início do jogo em 36 minutos, provocando situações caóticas no acesso ao recinto de Saint-Denis, nos arredores de Paris.
Empurrões, tentativas de entrada sem bilhete, adeptos tratados com brutalidade pelas forças de segurança, ou vítimas de roubo, foram testemunhados por quem se deslocou para o jogo, que o Real Madrid venceu, por 1-0.
Alguns adeptos não conseguiram mesmo entrar, apesar de alegadamente terem bilhetes válidos.
Tanto o governo francês como as autoridades britânicas não pouparam críticas, com o ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, a falar de uma "fraude maciça, industrial e organizada de bilhetes falsos" e o governo de Londres a pedir um "inquérito completo" sobre o sucedido, com conclusões públicas.
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