Depois de conhecida a decisão de realizar os quartos de final, meias finais e final da Liga dos Campeões 2019/20 em Lisboa, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recebeu no Palácio de Belém o Presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, o primeiro-ministro, António Costa, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, o presidente do Sporting, Frederico Varandas, e representante do Benfica.
À saída, o líder máximo da FPF saída, para além de deixar garantia de que a cidade do Porto - que este ano deveria receber a final da Supertaça Europeia, o que já não vai acontecer - vai ser palco, até 2026, de uma final europeia, destacou a importância da decisão anunciada esta quarta-feira pela UEFA.
"A Champions de 2020 vem para Portugal porque antes de alguém sequer pensar neste modelo houve quem o propusesse decorria ainda o mês de abril, isso mesmo foi reconhecido pelo presidente da UEFA", explicou o presidente da Federação Portuguesa de Futebol.
"Quando o país e os portugueses deixam de lado invejas e lutas estéreis, quando o coletivo percebe que ganhar não é um trabalho solitário, dias como os de hoje aconteceram mais vezes", frisou Fernando Gomes.
Marcelo destaca mérito dos portugueses e importância para o país
Depois de palavras de algumas palavras de António Costa e Fernando Medina, foi a vez do Presidente da República, Marcelo Rebeleo de Sousa, tomar a palavra e agradecer aos portugueses pelo seu comportamento durante a pandemia, que ajudou a que a UEFA olhasse para Portugal como um país seguro.
"Este dia é como a vida das pessoas. Temos dias de tristezas e de alegrias, de passado, presente e futuro. O dia começou com uma evocação triste, a propósito da vítimas dos incêndios, depois teve uma tarde cheia de debates sobre o presente e o futuro, com o orçamento e as decisões da Europa, e termina com uma magnífica notícia para Portugal", começou por dizer.
Marcelo prosseguiu deixando rasgados elogios a Fernando Gomes. "Concordo que esta é uma vitória de Portugal mas é uma vitória pessoal do presidente Fernando Gomes. É muito dele. Quem o conhece sabe como tem o prestígio, o respeito e a admiração que valem um corpo de diplomatas ou um exército de especialistas em matéria de relações internacionais. Estamos-lhe muito gratos. Não sabia o que ele podia ganhar mais depois do que tem ganho nos últimos anos. Ganhou mais um desafio e ganhou para Portugal", frisou.
Marcelo destacou ainda o papel dos clubes, da Câmara Municipal de Lisboa e dos vários ministérios envolvidos na organização do evento. "Já houve finais da Champions em Portugal, mas esta não é mais uma final! Esta é um caso único e irrepetível, não só pelo formato da prova, como pelo momento que estamos a viver. Nunca vivemos nada que se comparasse com esta pandemia. Não vivemos nada comparável em termos de fechamento de fronteiras, paragem do turismo em todo o mundo... E é neste clima que vai realizar-se a fase final da Liga dos Campeões em Portugal. Num momento em que todos os países disputam o regresso do turismo internacional, a retoma das suas economias, o afirmarem a sua marca no mundo. A marca Portugal vence, vai afirmar-se durante mais de 8 dias e isso não tem preço, é irrepetível. É uma vez na vida", lembrou a terminar.
Madina salienta lado económico
Pelo meio, o presidente da Câmara de Lisboa defendeu hoje que a realização da ‘final a oito’ da Liga dos Campeões de futebol na capital portuguesa tem uma importância “verdadeiramente estratégica” para a economia da cidade e do país.
“Num momento em que o mundo vive uma crise sem precedentes, em que todos lutamos pela recuperação das nossas economias, conseguir ter em Lisboa o maior evento desportivo que se vai realizar, com centenas de milhões de telespetadores em todo o mundo, que vão durante mais de uma semana ouvir e seguir o nome de Lisboa e de Portugal, é de uma importância sem limites”, afirmou Fernando Medina.
O autarca falava na cerimónia que decorreu hoje no Palácio de Belém, a propósito do anúncio oficial hoje feito de que Portugal vai receber em agosto uma inédita fase final da Liga dos Campeões, com eliminatórias em apenas um jogo e em campo neutro.
O presidente da Câmara de Lisboa admitiu que os impactos positivos “não serão maiores pelas circunstâncias”, que não permitem “uma realização presencial”, devido à pandemia de covid-19, reconhecendo que o evento terá “uma importância estratégica de médio prazo para a economia da cidade da região e do país”.
“Lisboa, Portugal, vão ter uma exposição de centenas de milhões de pessoas durante muito tempo, em todo o mundo”, acrescentou, deixando também elogios aos intervenientes neste processo, designadamente ao presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes.
Primeiro-ministro fala em "grande mensagem da UEFA"
Já o António Costa, considerou que "a grande mensagem da UEFA" ao escolher Lisboa para a fase final da Liga dos Campeões, em agosto, é que "Portugal é um destino seguro".
António Costa falava numa cerimónia nos jardins do Palácio de Belém, em Lisboa, na qual discursaram também os presidentes da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, e da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, e o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa.
"Queria aqui agradecer aos profissionais de saúde e a todos os portugueses que tornaram possível que Portugal se afirmasse como um destino seguro. E esta é a grande mensagem que a escolha da UEFA para realizar esta prova em Portugal dá a todo o mundo: é que Portugal é um destino seguro", declarou.
O primeiro-ministro descreveu Portugal como um lugar seguro para se viver, fazer turismo, trabalhar ou investir e realçou que "ainda na semana passada viu renovado o seu reconhecimento como o terceiro país mais pacífico do mundo, o mais pacífico de toda a União Europeia" e que "durante três anos consecutivos foi escolhido como o melhor destino turístico mundial".
"Este reconhecimento pela UEFA de como somos um destino seguro é algo muito importante no esforço enorme que todo o país está agora a fazer para, ao mesmo tempo que combatemos a pandemia, conseguirmos trabalhar para a recuperação da nossa economia", acrescentou, enviando um abraço "de profunda gratidão e de amizade pelo notável trabalho que fez" ao presidente da FPF e à sua equipa.
Decisão da Champions de volta a Lisboa
O Comité Executivo da UEFA decidiu hoje que Lisboa vai ser o palco para o desfecho da edição de 2019/20, com uma inédita 'final a oito', em eliminatórias apenas com um jogo, nos estádios da Luz e José Alvalade, entre 12 e 23 de agosto.
A 'casa' do Benfica vai ser o palco da final, em 23 de agosto, em detrimento do Estádio Olímpico Ataturk, em Istambul, na Turquia, depois de os jogos das meias-finais, em 18 e 19, e dos quartos de final, entre 12 e 15, nos dois recintos lisboetas.
O Estádio do Dragão, no Porto, que deixou de receber a Supertaça Europeia, e o Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, estão como hipóteses de locais para os restantes jogos da segunda mão dos oitavos de final, em 07 e 08 de agosto, caso não sejam disputados nos recintos dos clubes anfitriões.
A 'casa' do Sporting não recebe um jogo dos quartos de final da principal competição de clubes europeia desde 1982/83, quando os 'leões' foram eliminados nesta fase pelos espanhóis da Real Sociedad, na antecessora Taça dos Clubes Campeões Europeus.
Nessa eliminatória, o Sporting venceu a primeira mão, por 1-0, ainda no antigo Estádio José Alvalade, com um golo de Manuel Fernandes, mas foi derrotado em San Sebastián, por 2-0.
Mais recente foi a última vez que o recinto 'encarnado' recebeu um jogo dos 'quartos', em 2015/16, quando o Benfica 'caiu' perante o Bayern Munique, com um empate 2-2 na segunda mão, depois da derrota por 1-0 em solo alemão.
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