O governo romeno pediu hoje desculpa pelos alegados insultos racistas durante o encontro de terça-feira entre Paris Saint-Germain e Basaksehir, da Liga dos Campeões de futebol, que levou os jogadores das duas equipas a abandonarem o relvado.
"Condeno veementemente qualquer comentário que possa ser interpretado como racista, xenófobo ou discriminatório. Peço desculpa em nome do desporto romeno por este infeliz incidente, que não nos representa", disse o ministro do desporto, Ionut Stroe, em declarações aos jornalistas locais.
O encontro Paris Saint-Germain-Basaksehir, da sexta jornada da fase de grupos da ‘Champions’, foi interrompido por alegado insulto racista do quarto árbitro, o romeno Sebastian Coltescu, ao camaronês Pierre Webo, antigo futebolista e atualmente treinador adjunto do emblema turco.
O incidente ocorreu aos 14 minutos do jogo, quando Coltescu deu sinal ao árbitro principal, o também romeno Ovidiu Alin Hategan, para Webo, tendo-se este queixado que o elemento da equipa de arbitragem utilizou a expressão “negro', recusando-se a sair do campo.
Após vários minutos, o 'staff' da equipa turca e os jogadores, seguidos pelos do PSG, decidiram abandonar o relvado, numa altura em que o jogo estava empatado 0-0. O encontro será retomado hoje, às 17:55.
Em comunicado, a Federação Romena de Futebol (FRF) distanciou-se “firmemente de qualquer ação ou declaração com conotação racista ou xenófoba" e explicou que está a aguardar o relatório da UEFA para “saber exatamente o que aconteceu e agir em conformidade”.
O governo francês já felicitou e destacou a reação dos jogadores e treinadores das duas equipas.
“Estou orgulhosa. Os jogadores deram um exemplo aos mais jovens do que são os princípios da não discriminação. É bom que o futebol também defenda os valores da nossa república. Designar alguém pela cor é indesculpável e não pode acontecer em França”, disse a ministra do desporto, Roxana Maracineanu.
Também o presidente da Federação Francesa de Futebol, Noël Le Graët, destacou a “atitude forte e exemplar” que os jogadores e treinadores das duas equipas demonstraram ao abandonar o relvado.
“Estes incidentes inaceitáveis e não têm lugar num estádio. A UEFA tem que aplicar as sanções necessárias para que estes casos não voltem a acontecer", disse Le Graët, em comunicado.
Em Portugal, o presidente da Liga de clubes, Pedro Proença, utilizou na terça-feira a conta oficial na rede social Twitter para condenar os alegados insultos ocorridos no Parque dos Príncipes e defendeu que o futebol tem que estar na “liderança contra todas as formas de discriminação”.
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