O Benfica conseguiu em 1968/69 uma épica vitória por 3-1 no primeiro confronto futebolístico com o Ajax, em Amesterdão, resultado que, então, nada valeu, mas que, na terça-feira, selaria um lugar nos ‘quartos’ da ‘Champions’.
Depois do empate a dois golos na Luz, após 0-1 e 1-2, em 23 de fevereiro, os ‘encarnados’ nem precisam de tanto, pois qualquer triunfo vale o apuramento – e qualquer empate coloca a eliminatória em prolongamento.
Se ganhou na primeira visita a Amesterdão, o Benfica perdeu nas duas últimas, sempre por 1-0, primeiro em 1971/72 e depois em 2018/19, sendo que, no total das visitas aos Países Baixos, prevalecem os empates (sete, em 12 jogos), quatro deles a dois.
A grande façanha ‘encarnada’ em terras neerlandesas foi, inquestionavelmente, a conseguida em 1968/69, mais precisamente em 12 de fevereiro de 1969, em encontro da primeira mão dos quartos de final da Taça dos Campeões Europeus.
Os ‘encarnados’ eram comandados pelo brasileiro Otto Glória e, na altura, tinham uma das mais temíveis equipas do futebol do ‘velho continente’, já com dois títulos na principal prova europeia de clubes (1960/61 e 1961/62) e mais três presenças na final (1962/63, 1964/65 e 1967/68).
A formação lusa era, aliás, vice-campeã em título e chegou aos ‘quartos’, em 1968/69, após ‘despachar’ os islandeses do Valur (0-0 fora e 8-1 em casa, com golos Simões, Jaime Graça, Torres, autor de um ‘hat-trick’, Eusébio, Coluna e José Augusto), na primeira eliminatória, e de ficar isento na segunda.
Devido à neve, o jogo esteve para ser adiado, mas, ainda que em condições muito difíceis, acabou por se realizar, com o Benfica a adaptar-se melhor às circunstâncias e a chegar ao intervalo a vencer por 2-0.
Aos 32 minutos, Jacinto Santos, com grande calma, inaugurou o marcador, de penálti, para a esquerda de Gert Bals, que ficou a meio da baliza, e, aos 38, José Torres aproveitou um ressalto para se isolar e apontar o segundo golo dos ‘encarnados’.
Inge Danielsson ainda reduziu, aos 47 minutos, também após um ressalto, mas os ‘encarnados’ recuperaram os dois tentos de vantagem aos 60, com um golo de José Augusto, de cabeça, após canto de Eusébio. Festejou a atirar neve para o ar.
Em condições muito adversas, o conjunto da Luz ‘escreveu’, assim, a sua mais bela página de sempre nos Países Baixos, num resultado que se veio a revelar ‘curto’: os neerlandeses venceram por 3-1 na Luz, com dois golos de Johan Cruyff, e forçaram um desempate em Paris, onde venceram por 3-0, após prolongamento.
Nas duas deslocações seguintes, o Benfica não foi feliz, perdendo por 1-0 em 1971/72, na primeira mão das meias-finais da Taça dos Campeões, culpa de um tento de Sjaak Swart (64 minutos), e pelo mesmo resultado na fase de grupos da ‘Champions’ de 2018/19, face a um golo nos descontos (90+2) de Mazraoui.
Os ‘encarnados’ não mais venceram o Ajax e só lograram mais um triunfo em solo neerlandês, conseguido, quase meio século depois do primeiro, em 2013/14, face ao AZ Alkmaar, na primeira mão dos quartos de final da Liga Europa.
Em 03 de abril de 2014, um golo do argentino Eduardo Salvio, aos 48 minutos, valeu o triunfo ao ‘onze’ de Jorge Jesus, que depois venceria em casa por 1-0. Nas ‘meias’, eliminou a Juventus e só caiu na final, nos penáltis, face ao Sevilha.
Nas restantes deslocações aos Países Baixos, destaque para as sete igualdades, três a zero (Feyenoord, em 1962/63, e PSV Eindhoven, em 1974/75 e 2021/22), e quatro seguidas a dois golos, face a Roda (1995/96), com dois tentos sobre o fim do marroquino Hassan, PSV (1998/99 e 2010/11) e Twente (2011/12).
Quanto a derrotas, o Benfica apenas conta três, as duas face ao Ajax e uma perante o Feyenoord (0-1), em 1971/72, na primeira mão dos quartos de final da Taça dos Campeões – revertida na Luz, com um 5-1, selado com um ‘hat-trick’ de Nené e um ‘bis’ de Jordão.
O encontro entre o Ajax e o Benfica, da segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões 2021/22, está marcado para terça-feira, pelas 21:00 locais (20:00 em Lisboa), na Johan Cruyff ArenA, em Amesterdão.
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