Bruno Lage fez a habitual conferência de imprensa de antevisão ao jogo do Benfica frente ao Barcelona, relativo jornada 7 da fase de liga da Liga dos Campeões. O treinador das águias fez uma análise ao adversário, acreditando que podem ser um dos candidatos à conquista da prova europeia. Foi ainda questionado sobre a disponibilidade de Di María e os rumores da contratação de Manu Silva. Lage ainda abordou o despedimento de Vítor Bruno, lamentando a saída de mais um treinador.
Vejas as declarações
Elogios às declarações de Leandro Barreiro: "Antes de responder à sua pergunta, vou fazer aqui uma consideração relativamente à conferência do Leandro, porque foi muito boa. Há dois ou três apontamentos que é bom de ouvir quando são ditos por um jogador. Isto é o soldado que todos os treinadores querem ter numa equipa. Dentro de campo está a corresponder, e fora fez uma intervenção muito boa.
Antevisão ao jogo contra Barcelona: "Sobre o jogo, há dois aspetos fundamentais: o primeiro é olharmos para nós, o que temos de fazer, como jogar, perceber o momento com bola e sem bola. Como criar problemas a uma linha defensiva que joga normalmente subida. E depois, o outro ponto determinante, é o apoio que temos sentido em casa, dos nossos adeptos. Em jogos de Champions é sempre especial e tem sido muito importante em noites europeias".
Manu Silva e opções para a posição 6: "Na minha primeira passagem... Tenho confiança nos nossos jogadores. Não vou comentar nenhuma situação de mercado. Acho que é importante as pessoas perceberem que o que quero não são titulares nem suplentes. A resposta que o Leandro deu é muito boa. Os jogadores têm de estar prontos para jogar. Florentino perdeu espaço em janeiro. E jogou em outubro, novembro ou dezembro? Esteve lesionado... Muito tempo. Lesiona-se à 4.ª jornada em Braga, com um problema no joelho. Os jogadores têm de estar prontos para jogar de três em três dias. O Tino é outro soldado, está sempre pronto. É isso que quero dos meus jogadores, que estejam sempre prontos e disponíveis. Essa confiança de treinador para jogador e vice-versa vem das oportunidades que vão tendo".
Disponibilidade de Di María: "Ainda temos mais um dia para analisar. O mais importante é que treinou, esteve com os colegas. É um jogador experiente, amanhã vou falar com ele para perceber o estado dele. Mas sei que está pronto. Vai estar tão pronto como esteve para jogar com o At. Madrid, com o FC Porto ou na final com o Sporting. Gosta destes jogos, mas temos de perceber o que é o melhor para a equipa e para o momento do jogador".
Apuramento direto: "O nosso objetivo tem de ser, primeiro, olhar para o jogo e tentar vencê-lo. Segundo, olhar para os pontos. Há um estudo que nos diz que, eventualmente, 15 pontos podem chegar para o apuramento direto. Ainda temos a possibilidade de atingir esses 15 pontos. Mas amanhã temos de jogar bem, criar as nossas oportunidades, vencer, lutar. E depois veremos se conseguimos chegar a essa meta".
Barcelona candidato a vencer a Liga dos Campeões: "Claro que sim. Por aquilo que estão a fazer e pelo histórico. É uma equipa com enorme qualidade, quer em termos individuais, com jogadores fantásticos, como nós, e coletivos. É um misto da cultura do Barça, uma equipa que gosta de ter posse, mas já se nota o cunho do treinador. Um jogo também mais vertical, mais forte na pressão, nas transições ofensivas, a explorar muito os corredores laterais. É um adversário muito competente e temos de encarar este desafio com enorme ambição".
Estratégia frente ao Barcelona: "Estrategicamente temos de mudar porque são jogos diferentes. O que não podemos mudar é o que temos vindo a construir, que é a forma de jogar, defender, atacar. E depois, é perceber três coisas: como jogar com bola no nosso meio-campo, como jogar quando tivermos bola no meio-campo ofensivo, e perceber como criar problemas a uma linha defensiva que joga muito subida. Foi isso que fizemos hoje. Preparámos a equipa nesse sentido, senti os jogadores muito confortáveis. E amanhã é ali, na hora de jogo, que temos de colocar qualidade individual, a nossa dinâmica de jogo, e também o lado estratégico."
Várias opções. Schjelderup e Di María vão jogar juntos?: "Dos sete [que há no plantel] vão jogar dois. Tudo pode acontecer. Mas o que é importante? O que o Barreiro disse. Estarem prontos para jogar independentemente do estatuto e idade. E eu, como treinador, perceber qual o melhor onze. Se Schjelderup está preparado? Estão todos. Incluindo o [João] Rêgo. O desafio nesta casa é o de preparar pessoas. E não é só colocá-las lá dentro. O desafio é provocarmos o jogador. Há três meses, desde que chegámos, é provocar os jogadores, olhar para eles e perceber como posso perspetivar a evolução deles. Há talento em todos e um plano para cada um deles evoluir, uma forma de jogar que todos têm de entender, e depois a capacidade de trabalho. E corresponder quando for dada uma oportunidade. Hoje tivemos 26 jogadores no treino, todos eles de enorme qualidade. A partir do momento em que têm uma oportunidade, têm de corresponder".
Primeira vez que vai defrontar o Barcelona: "São estes jogos que queremos jogar. Você não estava cá, mas já disse isto duas ou três vezes. Há um mês, vi os meus filhos a ver o João Félix a jogar um Barcelona-PSG. Estava na bancada, e hoje vou estar contra o Barcelona. Do outro lado, o Barcelona também vai achar este desafio muito interessante, é um grande clube. Vai ser um clássico europeu, um jogo muito interessante, e é por isto que vivemos. O que queremos é contribuir para uma grande noite europeia, olhar para nós e esperar um grande apoio dos adeptos."
Mais um treinador despedido na I Liga: "Primeiro, é de lamentar a saída de um treinador. A nossa confiança tem de ser sempre nossa. Temos de olhar para o que controlamos e ter a coragem de fazer as coisas da forma como pensamos. Se assim não fosse, o Leandro nunca tinha jogado com o Florentino. Nós é que vamos vendo o filme diário dos treinos, dos jogadores, perceber o que vão fazendo. Acreditar muito nas nossas ideias, forma de trabalhar, e depois passar sempre uma energia muito positiva. Sabendo que quando estamos num bom momento temos de o prolongar, é preciso saber que quando estamos num momento menos bom é preciso o 'clique'. Saímos da Luz com uma derrota frente ao Sp. Braga, duas semanas depois o capitão estava a mostrar o troféu da Taça da Liga. A responsabilidade de ser treinador assim o exige. É preciso que as pessoas sintam que há um treinador que tem um caminho, que as faz acreditar que podem conquistar títulos".
Comentários