Em época de reencontros, o Benfica defronta o FC Barcelona nos oitavos de final da Liga dos Campeões de futebol, menos de dois meses após o sensacional jogo na fase de liga, que os espanhóis ganharam por 5-4.

O Benfica sabia que não teria a vida facilitada caso ultrapassasse o Mónaco no play-off de acesso aos ‘oitavos’, uma vez que teria à sua espera um dos dois primeiros classificados da primeira fase, mas, entre Liverpool e FC Barcelona, talvez os espanhóis permitam à equipa lisboeta sonhar um pouco mais alto.

Em contrapartida, se o Liverpool continua a ser a equipa do momento no futebol inglês e europeu, esse momento já foi mais impressionante, em contraste com o FC Barcelona, que parece ter ultrapassado a fase mais crítica na época 2024/25.

Treinados pelo alemão Hans-Dieter Flick – que já conquistou a prova ao comando do Bayern Munique, em 2020, precisamente em Lisboa -, os catalães acabaram de se juntar ao Real Madrid na liderança da Liga espanhola, depois de terem recuperado sete pontos ao maior rival nas últimas três jornadas.

O conjunto orientado por Bruno Lage, que também está em franca recuperação na Liga portuguesa, colocando-se a dois pontos de distância do líder Sporting, recebe os espanhóis em 04 ou 05 de março, no encontro da primeira mão, uma semana antes do embate em Barcelona, em 11 ou 12.

O Benfica vai deparar-se com o ‘Barça’ no topo da forma, impulsionado pelo instinto goleador do polaco Robert Lewandowski, que, aos 36 anos, é o melhor marcador do campeonato espanhol, com 20 golos, e o segundo ‘artilheiro’ da Liga dos Campeões, com nove.

Se o avançado beneficia do facto de ser o destinatário preferencial das boas ideias de dois jovens prodígios - Pedri e Lamine Yamal, de apenas 17 anos -, o brasileiro Raphinha tem-se revelado muito capaz de ambos os registos: é o terceiro melhor marcador da Liga espanhola, com 13 remates certeiros, e da ‘Champions’, com oito.

Em 21 de janeiro, o vice-campeão português comprovou, em pleno Estádio da Luz e da forma mais dolorosa, a veia goleadora de Lewandowski e Raphinha, autores de dois golos cada no jogo da fase de liga, que os ‘encarnados’ estiveram a ganhar por 3-1 e 4-2 e perderam por 5-4, no último 'suspiro'.

Se o Benfica encontra algum conforto nessa partida será no ‘hat-trick’ do grego Vangelis Pavlidis, que se reencontrou com os golos após longo período de jejum, e na permeabilidade dos catalães, para a qual contribuirá a ausência do guarda-redes alemão Marc-Andre ter Stegen, devido a uma grave lesão.

As fragilidades defensivas não impediram o FC Barcelona de terminar a fase de liga no segundo lugar, com apenas uma derrota, na estreia, frente ao Mónaco (2-1), que o Benfica, 16.º classificado, bateu por 3-2 na primeira fase, antes de se voltar a impor no ‘play-off’ (1-0 e 3-3).

A diferença existente atualmente entre os dois clubes tem expressão no palmarés na mais importante prova europeia, que o Benfica conquistou pela primeira vez em 1961, graças à vitória na final disputada em Berna, por 3-2, precisamente sobre o FC Barcelona.

Os espanhóis não lamentarão a revalidação do título por parte das ‘águias’ no ano seguinte, numa final frente ao Real Madrid (5-3), mas o Benfica perdeu as cinco seguintes (1963, 1965, 1968, 1988 e 1990), precisamente o número de títulos do Barcelona (1992, 2006, 2009, 2011 e 2015), também derrotado no jogo decisivo em 1961, 1986 e 1994.

Depois daquele longínquo primeiro embate, as duas equipas defrontaram-se mais nove vezes, sempre na liga 'milionária' ou na antecessora Taça dos Campeões Europeus, com vantagem para os ‘blaugrana’, que apresentam um saldo positivo de quatro vitórias, quatro empates e duas derrotas.

Presente pela sétima vez nos oitavos de final desde que esta fase foi introduzida na ‘Champions’, em 2003/04, o Benfica vai defrontar os franceses do Lille ou os alemães do Borussia Dortmund nos ‘quartos’, caso se apure, em 08 e 09 de abril (primeira mão) e 15 ou 16 do mesmo mês (segunda).