Num embate entre 'perfeitos desconhecidos', o Leipzig levou a melhor perante o Sporting, deixando os leões reféns da última jornada frente ao Bolonha para decidir o futuro europeu.
O resultado é bastante amargo para os leões, que tinham no Leipzig um adversário num contexto favorável para que o apuramento direto fosse conseguido. Já com a eliminação garantida, os germânicos ainda não tinham conhecido o sabor da vitória na 'Champions', o que pode ter motivado uma postura mais aventureira. Ainda assim, os leões podiam ter feito melhor, mas foram por diversas vezes o seu maior inimigo.
Erros posicionais e defensivos, más decisões no último terço e um cocktail de contrariedades comprometeram a estreia de Rui Borges na competição dos 'crescidos'. No fundo, este era um jogo onde podia ser difícil vencer, mas era quase proibido perder.
O Jogo
Assim que o árbitro apitou para o início da partida, o Sporting parecia prometer um começo fulgurante e agressivo com investidas ofensivas quase prometedoras. Isto porque Conrad Harder pareceu algo ansioso para colocar a bola no fundo das redes, pecando pela falta de temporização no momento de finalizar.
A falta de consistência leonina permitiu que o jogo do Leipzig tivesse pernas para andar e o perigo ameaçasse a baliza de Israel. Provavelmente, os leões não esperavam que os alemães acordassem à 7.ª jornada na competição europeia. Aos 18 minutos, o meio-campo leonino deixou Xavi Simons 'bailar' e colocar a bola entre Catamo e Fresneda, que deixaram que Raum recebesse o passe sem oposição. O alemão, que viria a ser a grande figura da equipa da casa, colocou a bola em mais um buraco defensivo e Sesko só teve de encostar.
As cavalgadas alemãs continuaram e o lado esquerdo leonino mantinha-se bastante permeável às subidas no terreno de Raum. Debast e Hjulmand não conseguiam estar em todo o lado do terreno e o Leipzig conseguiu que Xavi Simons fosse recebendo em zona interior para explorar a profundidade.
O Leipzig viria a colocar a bola dentro da baliza aos 31 minutos, em mais um momento de incompetência verde e branca no corredor esquerdo. Raum, mais uma vez ele, recebeu a bola que vinha desde o flanco direito e fuzilou para o fundo das redes. Contudo, o juiz foi alertado pelo VAR de que Openda estaria em fora de jogo com influência no momento do golo. O árbitro concordou e o golo foi anulado.
Como se o 1-0 não bastasse, St. Juste voltou a lesionar-se e precisou de ser substituído por Gonçalo Inácio, que foi permitindo maior segurança na construção.
Nos últimos dez minutos da primeira parte, a formação leonina quis regressar ao jogo e foi bem mais incisiva nas ofensivas e tentou de toda a forma e feito chegar ao empate. Fresneda e mais alguns contribuíram para um cem número de remates que eram bloqueados pela defensiva do Leipzig.
No segundo tempo, era esperado que o leão fosse o rei da selva, mas permaneceu adormecido até às primeiras alterações. Em virtude disso, a equipa da casa voltou a estar perto de alargar a vantagem. Xavi Simons teve nos pés a possibilidade de brilhar depois de uma saída de Franco Israel para uma primeira intervenção, mas o criativo rematou por cima. Aos 51 minutos, o Leipzig beneficiou da sorte e de vários ressaltos na área sportinguista, mas a pontaria de Haidara estava demasiado afinada e o esférico fez tremer a trave da baliza dos leões.
A partir do minuto 55, Rui Borges mexeu e bem, tendo colocado Gyokeres, Bragança e Morita para agitarem as águas. Ainda que o jogo coletivo não tivesse melhorado de forma significativa, as individualidades deram aos leões alguma esperança na reviravolta.
A 15 minutos do fim do tempo regulamentar, o avançado sueco fez aquilo para que foi chamado. Hjulmand recuperou a bola no meio campo, Morita deu para Bragança que passou para Gyokeres fazer o que melhor sabe. O inevitável do Sporting correu com um único objetivo e não se incomodou com a pressão de Orban. O remate de pé esquerdo só podia resultar em golo.
O Leipzig não deixou o Sporting respirar e colocou a bola na baliza defendida por Israel sem que o lance parecesse ser digno de golo. Numa sequência de ressaltos e erros e infelicidades para os leões, o esférico foi ter com Poulsen e passou por cima de Franco para o golo. Azar dos azares, Ricardo Esgaio tinha acabado de entrar e ficou diretamente ligado ao golo da vitória alemã.
Até ao apito final, o discernimento diminuiu e o ritmo arrefeceu. Ainda assim, já nos 90+5, Quenda cruzou para o centro da área e Gonçalo Inácio foi lá cima para cabecear por cima das redes adversárias, perto do empate.
Com este resultado, o Sporting sofreu o terceiro desaire na Liga dos Campeões e permanece com os 10 pontos já conquistados. Assim, os leões adiaram a decisão da continuidade na prova para o duelo frente ao Bolonha.
Momento-chave
O 2-1 sentenciou a partida e o Sporting cedeu com a desvantagem, quebrando o ritmo atacante. Houve pouca criatividade nos extremos e o esférico não circulou da melhor forma no meio-campo para que fossem criadas situações de perigo efetivas.
Melhor: David Raum
O jogador do Leipzig foi a principal figura da equipa da casa e o desequilibrador, que tantas dores de cabeça deu ao lado esquerdo leonino. Explorou as costas de Fresneda e conseguiu brilhar porque o jogador espanhol facilitou e esteve francamente num nível abaixo. Raum foi fundamental no primeiro golo e podia ter colocado o seu nome na lista de marcadores, não fosse o lance anulado pelo VAR.
Pior: Falta de reações aos golos
Depois do primeiro golo da equipa de Marco Rose, o Leipzig passou a construir no meio-campo do Sporting, provocando uma linha defensiva portuguesa mais baixa. Em consequência, os passes verticais e em profundidade era mais explorados com os leões a acusarem a desvantagem. Existiram mais dificuldades em construir com inspiração e os leões perdiam a bola em zonas perigosas, promovendo espaços para o contra ataque germânico. No segundo golo, a situação foi semelhante com o Sporting a quebrar o ritmo, diminuindo as investidas.
Reações
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