Mónaco ou Brest. E depois, Barcelona ou Liverpool. São esses os adversários que o Benfica terá de enfrentar na Liga dos Campeões nos próximos tempos, se quiser manter-se na elite europeia.
A sólida exibição diante da Juventus na quarta-feira, na senda do que já tinha apresentado na imerecida derrota caseira com o Barcelona (4-5) mostra que este é Benfica capaz de ombrear com os melhores da Europa, tal como fez no passado.
Num terreno onde se tem dado muito bem perante um dos gigantes do futebol Mundial, os encarnados foram sólidos e alcançaram um triunfo categórico e chegaram aos 62,273 milhões de euros amealhados na nova Champions.
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O Jogo: um Benfica de Champions longe da Luz
Nenhuma outra equipa portuguesa tem um registo tão bom diante de emblemas italianos quanto o Benfica frente a Juventus. São sete vitórias em nove jogos, três delas no terreno da 'Vecchia Signora'.
O terceiro triunfo no lar de 'La Fidanzata d'Italia (A Noiva da Itália) foi a resposta possível dos encarnados após a derrota com o Casa Pia para a Liga no fim de semana, e depois da divulgação de um áudio comprometedor para Bruno Lage, que levou mesmo o técnico a marcar uma conferência de imprensa para se explicar.
Difícil de explicar é o à-vontade do Benfica perante um colosso como a Juventus. É certo que os 'Bianconeri' estão longe de estar a fazer uma boa época (5.º lugar na Série A com apenas oito triunfos em 22 encontros), mas os 72 títulos que ostenta, 11 deles internacionais, são mais do que suficientes para meter respeito a qualquer um.
Mas não ao Benfica.
A terceira vitória no terreno da Juventus em cinco jogos foi construída com mestria, pela forma como Bruno Lage preparou a sua equipa para tirar partido do momento menos bom do adversário. A primeira derrota na Liga Italiana na semana passada diante do Nápoles deixou marca numa 'Velha Senhora' que 'grita' pelo 'chicote' da mudança técnica. Thiago Motta está a ser muito contestado e é bem provável que nem chegue ao fim da época.
O Benfica mostrou personalidade a defender, deu um salto qualitativo, individual e coletivo, e tirou partido dos erros defensivo do adversário para mostrar superioridade, num jogo onde o triunfo dos encarnados raramente esteve em causa.
Os muitos erros na primeira fase de construção da Juventus, pelos centrais, foram aproveitados pelo Benfica para ganhar vantagem bem cedo, algo que veio trazer alguma intranquilidade aos italianos.
Os centrais, muito erráticos na saída, expunham a equipa e no sector defensivo só o guarda-redes Mattia Perin salvava-se. O 1-0 ao intervalo era curto para o que o Benfica tinha criado e a culpa era dele. Curiosamente, há uns anos esteve com pé e meio na Luz mas... reprovou nos exames médicos.
A Juventus viveu muito dos cruzamentos de Francisco Conceição, anulados quase sempre pelo belo jogo da defensiva encarnada. A equipa de Bruno Lage sobressaía-se nos duelos, com Florentino em destaque, assim como Bah, adaptado na lateral esquerda.
Quando Kokçu fez o 2-0 aos 80 minutos, a Juventus atirou a 'toalha ao chão'. Nada havia a fazer perante um Benfica de Champions, gigante mais uma vez, que venceu três dos quatro jogos disputados longe da Luz e que poderia ter entrado diretamente nos 'oitavos' da Liga milionária, não fosse o empate com o Bolonha e a derrota com o Feyenoord, ambos na Luz.
A equipa encarnada termina esta fase regular na 16.ª posição, o último dos cabeças de série, pelo que no sorteio dos play-off, já sabe que irá medir forças com Lille ou com Mónaco. E se passar, Barcelona ou Liverpool nos 'oitavos'.
Eles que venham!
Momento-chave: Kokçú acaba com as dúvidas
Com o aproximar dos minutos finais, a Juventus estava cada vez mais perigosa, encostando o Benfica perto da sua área embora sem criar verdadeiros lances de golo. Numa das poucas saídas para o ataque no segundo tempo, os encarnados vieram da direita - Leandro Barreiro e Aursnes - para o meio, com Pavlidis a servir Akturkoglu que deixou a bola passar para o seu conterrâneo Kokçu acabar com as aspirações da 'Velha Senhora' com um remate colocado para o fundo das redes.
Os Melhores: A mil e uma pernas de Florentino
Florentino Luís terá feito um dos melhores jogos da época, com uma exibição de encher o olho a nível defensivo. O médio encarnado foi a 'sombra' do irreverente Yildiz e conseguiu ganhar quase todos os duelos com o prodígio turco. Acabou o jogo com nove desarmes, cinco intercepções e cinco alívios. Por ele nada passou.
As críticas pela falta de golo de Pavlidis parecem, por enquanto, esquecidas. Depois de ter feito um hat-trick ao Barcelona na semana passada, marcou mais um contra a Juventus e ainda assistiu Kokçu no 2-0. Perturbou e muito os defensores dos transalpinos, lutou muito (ganhou sete de 11 duelos disputados) e só não marcou mais porque mostrou alguma falta de pontaria. Já leva cinco golos na Champions.
Em noite 'não': De 'Gatti' a vê-las passar
O momento de forma da Juventus (apenas 5.º na Série A italiana) explica-se também pela sua performance defensiva. Diante do Benfica foram muitos os erros cometidos na saída de bola. Nos erros, destacou-se o central Federico Gatti: falhou de forma inacreditável o corte que permitiu a Bah servir Pavlidis para o 1-0 e voltou a 'meter água' aos 45, quando fez um mau passe que Aursnes deu logo em Pavlidis para grande defesa de Perin. Uma noite para esquecer para o central transalpino.
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