Declarações de Fernando Santos, selecionador de Portugal, à RTP 3, após o empate com a Espanha.
Cristiano Ronaldo no banco: "Muitas vezes perguntam porquê que ele é titular. É a pergunta de um milhão. Entendi que para este jogo era melhor utilizar os jogadores que utilizei. Foi uma opção técnica e tática para este jogo. Pareceu-nos a melhor solução. Para a forma como queríamos jogar e abordar o jogo. Não tem nada a ver com a qualidade do Cristiano, isso nem está em causa sequer. Há momentos do jogo em que é preciso pensarmos de uma outra maneira. Acreditámos que ele na segunda parte poderia entrar e resolver o jogo."
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Dificuldades na 1.ª parte: "Na primeira parte, a equipa se não tivesse abusado tanto da profundidade, até porque foi uma primeira parte dividida, em que a Espanha teve mais posse de bola mas nós também tivemos as nossas oportunidades. Acho que é abusámos da profundidade, principalmente para chegar à zona mais intermédia e a partir daí sim, aproveitar os espaços nas costas da linha da defesa espanhola com movimentos de roturas curtas."
Rafael Leão muito solicitado: "Fizemos lançamentos muito longos e não nos deu proveito. Explorámos também em demasia, na minha opinião, as características do Leão, que é um jogador muito possante, mas que se tiver sempre neste movimento, acaba por não conseguir produzir aquilo que pode produzir e tem capacidade para produzir. Ainda assim, criou duas boas situações de golo. A partir daí, a seguir ao golo, perdemos alguma conexão em termos de ligação de jogo."
Muitas bolas para o Diogo Costa: "O jogo teve fases equilibradas e fases e menos equilibradas, um pouco por responsabilidade nossa também porque nos faltou alguma paciência na circulação da bola. Jogámos demasiado para o guarda-redes e depois tentámos sempre muito a profundidade, com muita bola longa e de trás. Dava vantagem à equipa espanhola. Deu-lhes mais a posse de bola. Foi isso que tentei retificar ao intervalo e acho que conseguimos na segunda parte."
Portugal melhor no 2.º tempo: "Na segunda parte entrámos bem, com melhor posse para obrigar a Espanha a ter de correr mais e abrir mais espaço. Depois, pareceu-me que tínhamos de ter jogadores com mais corredor para aproveitar os espaços centrais, que é o caso do Horta e o Guedes também. Até para explorar os flancos. Isso resultou, até porque depois permitiu a entrada dos alas, como foi o caso do Cancelo. A equipa tem várias soluções."
Mexidas no decorrer da 2.ª parte: "As alterações na equipa foram porque achei que era importante ter dois extremos mais clássicos. O Otávio estava a jogar bem e a trabalhar muito. A ideia era estancar os corredores deles logo na frente e para usar as laterais para jogar. No início houve alguma dificuldade, é normal, os jogadores não têm os hábitos. Fomos subindo e fizemos o golo num lance desses de envolvimento pela direita."
Empate é resultado interessante? "Graças a Deus que agora é assim. Graças a Deus. Fico muito feliz, apesar de estar triste com o resultado, fico muito feliz porque agora em Portugal um empate com a Espanha ser só um resultado interessante. Claro que não é um bom resultado para nós, mas ainda bem para nós, para este grupo de trabalho, que levou a que as pessoas acreditassem que podemos fazer mais."
Gestão: "Não há gestão nenhuma. A gestão vai ser feita em todos os jogos. Aqui também. A mim pareceu-me que esta era a melhor solução para o início do jogo. Uma equipa diferente [Portugal], em termos de trabalho e posicionamento de campo, com coisas diferentes. Pareceu-me esta uma boa solução e tinha o Cristiano sempre que fosse preciso para entrar em campo. Já sabia isso. É uma estrutura normal."
A seleção portuguesa de futebol empatou hoje, quinta-feira, 1-1 com a Espanha, em encontro da primeira jornada do Grupo A2 da Liga das Nações 2022/23, disputado no Estádio Benito Villamarín, em Sevilha. A formação das ‘quinas’ volta a jogar no domingo, dia em que recebe a Suíça, no Estádio José Alvalade em Lisboa.
Os anfitriões adiantaram-se aos 25 minutos, por Álvaro Morata, servido por Pablo Sarabia, mas, aos 82, Ricardo Horta restabeleceu a igualdade, no segundo jogo pela seleção ‘AA’, depois da estreia em 07 de setembro de 2014, ainda com Paulo Bento.
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