O jurista Pedro Miguel Ribeiro, candidato da lista C às eleições de sábado da Académica, assume como objetivo central catapultar novamente o clube para a I Liga e criar uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD) aberta a diversos investidores.
“O objetivo é colocar a ‘briosa’ na I Liga no final do mandato. É uma meta ambiciosa, que não sabemos se vamos cumprir, mas só com objetivos ambiciosos é que se consegue chegar próximo”, disse o antigo diretor-geral de formação do clube, entre 2011 e 2016.
O candidato, de 51 anos, que tem como lema uma “Académica com Futuro”, aposta na recuperação financeira de curto/médio e longo prazo com base num empréstimo com duração de três anos e na criação de uma SAD baseada nos sócios e nas empresas da região e nacionais.
“O nosso modelo é uma SAD dos sócios, com atribuição de uma ação a cada sócio ao preço simbólico de cinco euros e aberta a empresas da região, do país e da lusofonia”, adiantou Miguel Ribeiro, salientando que já tem garantias de empresas interessadas na ordem dos 600 a 800 mil euros.
Considerando que se trata de um modelo sustentável, o candidato não ignora que a direção cessante assinou um acordo de parceria com a empresa americana Athlon Family Office para a criação de uma SAD, em que o investidor terá 49% do capital social, correspondente a um aumento de capital de 4,9 milhões de euros.
O acordo terá de ser votado em Assembleia Geral e, apesar de não ser o seu modelo, Pedro Miguel Ribeiro admite que poderá ter de gerir com ele se for essa a vontade dos sócios.
“É preciso reestruturar o clube e profissionalizar a sua gestão, que terá pela primeira vez dois vice-presidentes a tempo inteiro em regime de pro-bono”, disse o candidato, que pretende uma gestão “exigente e rigorosa, sem acumulação de défices”.
Para Pedro Miguel Ribeiro, “isto será suficiente para colocar a Académica no rumo e no lugar que merece, depois da profunda tristeza da descida à Liga 3” esta época.
“Deve ter sido o dia mais infeliz da minha vida desportiva”, sublinhou Pedro Miguel Ribeiro, salientando que a descida de divisão lhe incutiu “a enorme responsabilidade de recuperar a Académica e tirá-la de um lugar que não é dela”.
Para o candidato, as responsabilidades desta situação têm de ser assacadas a quem tem gerido o clube nos últimos anos, que tem de ser substituído por maus resultados como acontece com os treinadores.
No programa de Pedro Miguel Ribeiro consta, ainda, a realização de uma grande campanha nacional intitulada “Salvar a Briosa”, destinada “aos mais de 100 mil adeptos” do clube espalhados pelo país.
A lista C candidata Fernando Alves à presidência da Mesa da Assembleia Geral, António Preto ao Conselho Fiscal e Luís Miguel Costa ao Conselho Académico.
Às eleições de sábado concorre também a lista D, liderada pelo engenheiro Pedro Roxo, atual presidente da direção.
A Académica é liderada há cinco anos por Pedro Roxo, que assumiu a presidência depois da saída de Paulo Almeida e venceu as últimas eleições, realizadas há três anos, contra o médico Joaquim Reis.
Os 'estudantes' desceram esta época à Liga 3, ao fim de 88 épocas consecutivas entre o primeiro e segundo escalões de futebol nacionais, como último classificado da II Liga de futebol, com somente 17 pontos, fruto de apenas três vitórias e oito empates, além de 23 derrotas.
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