O treinador do FC Barcelona, Quique Setién, afirmou hoje que será “lógico” entregar o título espanhol ao emblema catalão, caso a liga de futebol seja dada como encerrada, devido à pandemia da Covid-19.

“Seria o mais lógico. Não poderia ser outra equipa. Mas eu não gostaria de ser campeão dessa maneira. Quero que o campeonato volte o mais rápido possível para evitar danos ainda maiores ao futebol, mas a realidade é que estamos a enfrentar um problema muito sério”, disse Quique Setién, em declarações à rádio espanhola Cadena Ser.

O campeonato espanhol parou na 27.ª jornada, devido ao surto do novo coronavírus, com o bicampeão FC Barcelona na liderança, com mais dois pontos do que o eterno rival Real Madrid, segundo classificado.

“Jogar sem público é um pouco triste, mas todos queremos regressar, mesmo sem público”, confessou o técnico de 61 anos, que comanda o português Nélson Semedo no clube catalão.

Na quinta-feira, a Real Federação Espanhola (RFEF) indicou que a Liga espanhola de futebol poderá ser concluída após o período de 30 de junho, a data de final de época, mas caso não termine deverá apurar os quatro atuais primeiros para a Liga dos Campeões.

A UEFA deverá analisar na próxima terça-feira, juntamente com as suas 55 Federações membro, os desenvolvimentos nos campeonatos nacionais e nas competições europeias, e dar novas indicações na quinta-feira, dois dias após a reunião.

O organismo não deu datas limite para a conclusão das competições e, desde que adiou o Europeu que estava previsto para este ano para 2021, tem trabalhado com a Associação Europeia de Clubes (ECA) e das Ligas Europeias (EPFL) para encontrar soluções.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria ou Espanha, a aliviar algumas das medidas.