O presidente das Ligas Europeias (LE), Pedro Proença, destacou hoje a forma como organismo ajudou a derrotar a Superliga europeia, a “tentativa de criar uma competição elitista”, que há três anos abalou os alicerces na modalidade.
“Juntos, lutámos e derrotámos a Superliga europeia e a tentativa de criar uma competição elitista para o interesse de apenas alguns”, disse Pedro Proença, durante o discurso de abertura da 48.ª assembleia geral das LE, que se está a realizar em Londres.
O presidente do organismo continental, que também lidera a Liga Portuguesa de Futebol Profissional, advertiu que as competições que estão sob a alçada dos membros das LE “representam e sustentam toda a base da pirâmide do futebol”.
“Somos a base do modelo desportivo europeu que todos os ‘stakeholders’ no futebol abraçaram em conjunto durante os dias turbulentos”, observou Pedro Proença, em referência à tentativa de criação da Superliga, anunciada em 18 de abril de 2021 por alguns dos mais importantes clubes de Espanha, Inglaterra e Itália.
A competição, que seria disputada em circuito semifechado e se assumia como concorrente direta da Liga dos Campeões, teria 15 clubes fundadores, apesar de ter sido anunciada por 12: AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham.
A reação enérgica do mundo do futebol e o repúdio dos mais variados quadrantes da sociedade e até dos governos de vários países levaram a que, três dias após o anúncio, perante a oposição dos próprios adeptos, apenas Real Madrid, FC Barcelona e Juventus se mantivessem no projeto.
“Gostaria que esta assembleia geral fosse recordada como o momento em que, todos juntos e com um profundo sentido de unidade, estamos a afirmar e a posicionar as competições domésticas no centro do ecossistema do futebol. Só com ligas de futebol fortes, sustentáveis e competitivas é que toda a indústria e ecossistema irão beneficiar e prosperar”, defendeu Pedro Proença.
Entre os assuntos que serão debatidos na reunião magna, a primeira sob a presidência de Pedro Proença, sobressaem as alterações estatutárias, com vista a adequar-se ao novo modelo de governação, que o dirigente português qualificou de “momento de virar a página” na vida do organismo.
“Todas as assembleias gerais são importantes, mas não há dúvida de que esta tem um significado particular. Depois de um período de turbulência e tumulto governativo, estamos aqui hoje para capacitar a nossa associação com um novo conjunto de estatutos e regulamentos que guiarão as Ligas Europeias para um brilhante e influente futuro”, assinalou.
O presidente da UEFA, o esloveno Aleksander Ceferin, que também discursou no evento, defendeu que “é crucial fortalecer a relação” entre os dois organismos, com o objetivo de “estabelecer um novo memorando de entendimento entre a UEFA e as Ligas Europeias”, elogiando a ação das LE no combate à Superliga.
“A vossa firme oposição à denominada Superliga foi e continua a ser crucial para combater este projeto imoral. Sabemos que as consequências desta iniciativa seriam desastrosas, tanto desportiva como financeiramente, para as ligas domésticas”, sustentou o líder do organismo regulador do futebol europeu.
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