O Qatar não exclui a possibilidade de algumas delegações ficarem hospedados em países vizinhos, durante o Campeonato do Mundo de Futebol de 2022, declarou esta segunda-feira à AFP Hassan al-Thawadi, secretário-geral do Comité Organizador da competição.
"Recebemos numerosas propostas de países para hospedar as seleções, mas ainda não decidimos nada", disse Al-Thawadi sobre a possibilidade de ter algumas seleções hospedadas no Irão.
"Isso faz parte de nosso plano operacional. É evidentemente será necessário que se decida juntamente com a FIFA", comentou, durante o Cimeira da Paz, em Paris.
O Qatar sempre garantiu que poderia receber aproximadamente 1,5 milhões de adeptos que pretendem acompanhar o Mundial. No entanto, o país já revelou que não conta com os 60 mil quartos de hotel pedidos pela FIFA.
O Irão propôs receber algumas delegações na ilha de Kish, situada ao largo do Qatar. Caso seja aceite, esta seria uma boa notícia para o Irão, numa altua em que os Estados Unidos da América tentam isolar a república islâmica com sanções.
O Qatar teve de enfrentar um embargo imposto em junho de 2017 pelos vizinhos Arábia Saudita, Bahrein e Emirados Árabes Unidos, que acusam Doha de receber alguns grupos islamitas e de se aproximar do Irão.
O país contornou o embargo importando produtos da Malásia e da China. Doha desmente apoio ao terrorismo e acusa os três países de ingerências na sua política externa.
A decisão final sobre se o Irão deve receber delegações pode depender do formato da competição. No final de outubro, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, considerou viável ampliar o mundial de 2022 para 48 seleções, em vez das 32 atuais. Na semana passada, no entanto, o responsável sublinhou que se tratava de um "desafio difícil".
"A nossa preparação atual baseia-se em uma competição de 32 equipas. Existe um estudo de viabilidade para uma competição de 48 seleções e depois se tomará uma decisão entre a FIFA e o país organizador", explicou Al-Thawadi.
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