Sven-Göran Eriksson, antigo treinador do Benfica, faleceu esta segunda-feira. O sueco de 76 anos estava a lutar contra um cancro no pâncreas.
"Após uma longa doença, Sven-Göran Eriksson morreu durante a manhã em casa, rodeado da família. Os enlutados mais próximos são a filha Lina; o filho Johan com a esposa Amana e a neta Sky; o pai Sven; a namorada Yanisette com o filho Alcides; o irmão Lars-Erik com a esposa Jumnong. A família pede respeito pelo desejo de lamentar em privado e não ser contactada", pode ler-se em nota publicada na página oficial do treinador, num comunicado também replicado pelo empresário do técnico, Bo Gustavsson.
Na mesma nota, pede-se reserva para a família no momento de luto e informa-se que as condolências podem ser endereçadas na página oficial (www.svengoraneriksson.com).
Em janeiro deste ano, em entrevista à RTP, o antigo treinador revelou que lutava contra um cancro terminal e que teria, no máximo dos máximos, mais um ano de vida. O sueco foi alvo de várias homenagens este ano. Chegou a cumprir o sonho de uma vida: treinar o Liverpool em Anfield.
Eriksson dirigiu, na altura, atletas como Jerzy Dudek, Sander Westerveld, Martin Skrtel, Fabio Aurelio, Djibril Cissé e Ryan Babel, num evento que contou igualmente com os lendários Ian Rush, John Barnes e John Aldridge.
Antes de morrer, deixou uma mensagem, em jeito de despedida.
"Acho que todos temos medo do dia em que iremos morrer, mas a vida é também sobre morte. Espero que se lembrem de mim como uma pessoa positiva que tentou sempre fazer o máximo. Não fiquem tristes, sorriam. Obrigado a toda a gente, treinadores, jogadores, adeptos. Foi fantástico. Cuidem de vocês e das vossas vidas. Vivam-na... adeus", disse o sueco num documentário da 'Amazon Prime' sobre a sua vida.
O Benfica, um dos clubes que treinou, já reagiu à morte do sueco.
O sueco teve uma carreira cheia de sucesso, passou por clubes como Lazio, Sampdoria, Fiorentina, Roma, Manchester City, Leicester City, além do Benfica – onde esteve de 1982/83 a 1983/84 e de 1989/90 a 1991/92. Como selecionador liderou a Inglaterra, o México, a Costa do Marfim e as Filipinas, no último cargo como treinador.
Eriksson foi dos ‘encarnados’ em duas ocasiões, de 1982/83 a 1983/84 e de 1989/90 a 1991/92.
No início do ano, o treinador revelou ter sido diagnosticado com um cancro do pâncreas em fase terminal e que teria, de acordo com parecer clínico, menos de um ano de vida.
A informação mereceu uma onda de solidariedade e lembrança ao treinador, que chegou a ser homenageado presencialmente por alguns dos clubes pelos quais passou, desde o Gotemburgo à Sampdoria, mas também o Benfica.
Os ‘encarnados’ receberam o treinador no Estádio da Luz em abril, antes de um jogo europeu com o Marselha, para a Liga Europa, e Eriksson foi ovacionado de pé pelos adeptos, mas também por muitos jogadores que treinou e que estiveram nesse dia ao seu lado.
Toni, que foi seu adjunto, e futebolistas como Maniche, Rui Águas, César Brito, Humberto Coelho, Shéu Han, Filipovic, Valido, Veloso, João Alves, Vítor Paneira, Bastos Lopes, Valdo, Diamantino, Carlos Manuel ou Álvaro Magalhães foram alguns dos seus antigos jogadores que o ladearam, depois de lhe prestaram um corredor de honra, entre aplausos e cumprimentos.
“Eriksson: desde de 1982, até ao fim”, escreveram os adeptos.
No final de março, Eriksson já tinha sido homenageado pelo Benfica durante a gala de comemoração do 120.º aniversário do clube, expressando, através de uma mensagem gravada em vídeo, o desejo de ver um encontro do Benfica antes do fim da temporada.
Uma carreira entre clubes e seleções
Eriksson começou por se notabilizar no Gotemburgo, equipa com a qual conquistou a Taça UEFA em 1982, transferindo-se na época seguinte para o Benfica, onde voltou a estar na final da competição, que perdeu contra os belgas do Anderlecht, a duas mãos.
No Benfica, o treinador, trazido pelo empresário Borge Lantz, após a conquista da Taça UEFA com o Gotemburgo, revolucionou o futebol dos ‘encarnados’, com ideias inovadoras à época, e conduziu a equipa a três campeonatos (1982/83, 1983/84 e 1990/91), a uma Supertaça (1989/90) e a uma Taça de Portugal (1982/83).
Eriksson liderou também as ‘águias’ na final da Taça UEFA de 1982/83, perdida para o Anderlecht, em eliminatória a duas mãos, e na final da Liga dos Campeões de 1989/90, em que perdeu com o AC Milan (1-0), em Viena.
Os resultados na primeira passagem pelo Benfica levaram o treinador a ser cobiçado na Europa, levando-o em períodos distintos à Série A, como treinador da Roma, Fiorentina, Sampdoria e Lazio.
Mais tarde, desempenhou funções de selecionador de Inglaterra, México, Costa do Marfim e Filipinas, mas também foi treinador do Manchester City, Notts County, Leicester, Shanghai SIPG, Guangzhou, entre outros.
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