O treinador português João Luís admitiu hoje viver um “momento de grande felicidade”, ao qualificar FK Panevezys à final da Taça da Lituânia de futebol pela primeira vez na história do clube.
“Não há tempo para saborear como deve ser este passo gigante para o clube, mas claro que é sempre um momento de grande felicidade”, afirmou o técnico, de 53 anos, em declarações à agência Lusa.
O antigo capitão do Marítimo lamentou a escassez do tempo para celebrar a chegada ao jogo decisivo da Taça, alcançada após a goleada por 4-0 na receção ao FK Riterai, nas meias-finais, na terça-feira, com três jogos nos próximos três dias.
“A vida no futebol é sempre muito difícil e nós lutamos muito pelo sucesso. Momentos como estes são vitaminas incríveis, que, depois, nos permitem sobreviver nos momentos difíceis”, salientou.
O FK Panevezys vai disputar o troféu no sábado, diante do FK Suduva, que conquistou a 'dobradinha' na época passada e lidera o campeonato, com mais 10 pontos do que a formação comandada por João Luís, que tem um jogo em atraso.
“Na final, espero a minha equipa muito igual aquilo que tem sido. Não vou pedir que a sorte esteja do nosso lado, só vou pedir que ela não nos prejudique. Os jogos são sempre muito diferentes. Existem muitas frases feitas no mundo do futebol, que 'as finais não são para jogar, são para ganhar' e que 'os jogos da taça são diferentes', mas eu prefiro acreditar numa outra versão, naquela que assenta no trabalho, na confiança que a equipa tem no momento em que está a viver, mas sem ignorar o potencial do adversário”, vincou.
Garantir um lugar na Liga Europa na próxima época é um “sonho possível” para o treinador luso, feito que permitiria somar mais um marco histórico para o clube, fundado em 2015, e uma segunda experiência para si, depois da presença na última temporada ao serviço de outra equipa lituana, o FK Zalgiris Vilnius.
“É um sonho possível, que está ao alcance por duas vias, a taça ou o campeonato, ou seja, podemos lá chegar ou podemos perder tudo e o mundo do futebol é um bocadinho isto. No campeonato, nós estamos a cinco pontos desse lugar, com dois jogos por disputar. É muito difícil, mas nestes dois jogos, um deles é contra o adversário direto, que tem apenas um jogo para disputar e está no quarto lugar, que dá acesso à competição europeia, portanto, tudo é possível”, explicou.
João Luís assumiu a satisfação com a sua equipa, nomeadamente com a “entrega” do plantel, nomeadamente, nos jogos mais difíceis.
“Se conseguirmos [o apuramento para a Liga Europa], tenho de dizer que é muito mais do que a cereja no topo do bolo, para um clube com tão pouco tempo de vida e que disputa ao primeira divisão pelo segundo ano”, frisou.
João Luís capitaneou na década de 1990 o Marítimo, clube madeirense fundado pelo seu bisavô, Cândido Gouveia, e no qual esteve quase toda a sua carreira de futebolista, tendo estado na equipa que se qualificou pela primeira vez para a Taça UEFA, em 1992/93.
“Tenho vários momentos marcantes ao serviço do Marítimo. A primeira qualificação europeia, a primeira vez que entrei em campo com a braçadeira de capitão para representar o clube que o meu bisavô fundou, o clube que foi e é o meu clube de coração. São momentos que nunca esquecerei”, concluiu.
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