Um dos grandes nomes do futebol sueco, Henrik Larsson, deu uma extensa entrevista ao jornal britânico 'The Guardian', em que faz uma retrospetiva da carreira abordando o período em que esteve a treinar no Benfica, o estrelato que alcançou no Celtic e... a final perdida frente ao FC Porto.
"Eriksson foi o melhor treinador que exportámos. Não há nada perto do Sven. Infelizmente está doente agora, mas sempre tivemos uma ligação. Em 1989, o Helsingborg fez um acordo que previa que o jogador mais promissor fosse treinar ao Benfica. Estive lá uma semana e correu bastante bem. Sven disse-me que, se não fosse a limitação de três jogadores estrangeiros, eu teria assinado", recordou.
Larsson viria a representar grandes clubes do futebol europeu, entre eles, Feyenoord, Celtic, Barcelona, Manchester United e Raa IF. Contudo, o estrelato chegaria com a camisola do Celtic, onde conquistou oito títulos, mas há uma mágoa que ainda persiste até aos dias de hoje, a derrota na final da Taça UEFA 2002/2003 frente ao FC Porto: "Ainda não ultrapassei essa. Quem me dera ter feito mais, pois sei o quanto significava para os adeptos do Celtic. Eram mais de 50 mil em Sevilha".
Ao final de sete temporadas, decidiu abandonar o Celtic tendo recebido "umas 30 ofertas de Espanha, Itália, Alemanha, França e até dos Emirados Árabes Unidos", mas o futuro viria a passar por Barcelona: "Um dia recebi um telefonema da minha mulher, Magdalena, a dizer que o Barcelona estava interessado. Estava numa bolha, a disputar o Euro2004 com a Suécia, e respondi-lhe que eles tinham de esperar. Ela riu-se e disse que o Barcelona não ia esperar. Então viajou para Espanha com o meu empresário e assumiu as negociações".
Larsson recorda as diferenças entre o período no Celtic e no Barcelona, assumindo que gostou de não ser "a figura da equipa", uma vez que "o Ronaldinho tinha essa pressão e lidava com ela de forma completamente diferente", num ano em que o clube catalão contratou também "Deco, Giuly e Samuel Eto'o". Quanto a Messi "ainda não era o jogador que se tornou depois", mas continuava a ser "mesmo, mesmo bom".
O futuro iria ainda passar pelo Manchester United, clube que teve oportunidade de assinar "na década de 90, quando estava no Celtic". "Teria ficado a ganhar mais, talvez mais 10 ou 15 mil libras por semana. Mas vinha de três anos e meio de altos e baixos no Feyenoord, e tinha encontrado estabilidade no Celtic. Tínhamos a Taça UEFA, eu ia à seleção, e não sentia necessidade de mudar para lado nenhum. Não me tornei umma estreia no Barcelona, mas sim no Celtic", prosseguiu.
"A dada altura o meu irmão, Kim, batizou um dos rapazes, e eu pedi a Sir Alex Ferguson se podia marcar presença. Ele arranjou um jato privado para eu fazer a viagem após um jogo. Só estive 10 semanas no clube, mas ele fez-me sentir muito bem recebido. Vivi num hotel e o Louis Saha e o Patrice Evra levavam-me a almoçar, assim como o Wayne Rooney. Em situações dessas pensas que querem o teu bem e tens vontade de retribuir. Foi uma honra representar o Manchester United", assumiu.
Atualmente com 52 anos, o sueco não quer continuar ligado ao mundo do futebol, uma vez que, o período enquantot adjunto de Ronald Koeman no Barcelona não deixou uma marca positiva no antigo jogador: "Estou cansado do jogo. Já o sentia nessa altura, mas quis confirmar, uma vez mais, aquilo que já sabia. A exigência é demasiado elevada. Foi terrível a forma como despediram Koeman, como fomos despedidos. Estou cansado do jogo porque gira tudo à volta do dinheiro, mais do que nunca. Eu admito que fiz bom dinheiro graças à minha carreira, não posso ser comparado a um empregado fabril, mas nunca fui movido pelo dinhero. Foi jogar futebol, a paixão pelo jogo", concluiu.
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